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Empresários portugueses na Alemanha otimistas sobre futuro da Inteligência Artificial

Empresários falaram no encontro que decorreu em Berlim e que contou com vários oradores e participantes, entre eles o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, o embaixador de Portugal em Berlim, Francisco Ribeiro Menezes, Tiago Taveira, fundador e diretor técnico da Cozero, uma empresa de software na área ambiental, e Pedro Lucena, fundador da startup Salectiv

Vários empresários portugueses a viver na Alemanha assumem os muitos desafios que a utilização da Inteligência Artificial (IA) irá trazer, mas admitem estar otimistas em relação às soluções e oportunidades de futuro.
“É um pau de dois bicos. Uma oportunidade e um risco”, assume Paulo Nunes, fundador e diretor executivo da empresa TwoImpulse, que ajuda outras empresas a tornarem-se mais eficientes através da tecnologia.
“Os trabalhos que se chamavam de colarinho branco, em que as pessoas passavam os dias sentadas no escritório a passar papel de um lado para o outro, têm agora uma oportunidade de deixar fazer esse trabalho tedioso. Podem passar a usar a sua capacidade para um trabalho mais criativo”, realça o português, que fundou a sua empresa na Alemanha, em Munique, há oito anos.
“A burocracia e a língua são uma barreira de entrada a muitas empresas portuguesas. Mas como falo a língua, conheço a burocracia e estou bastante integrado, vi uma boa oportunidade. A empresa opera na Alemanha, os clientes estão cá, mas temos uma grande parte do talento a trabalhar em Portugal”, diz, em declarações à Lusa.
Paulo Nunes participou no “Entrepreneur network”, uma iniciativa organizada pela Associação de Pós-Graduados Portugueses na Alemanha (ASPPA) que juntou profissionais e empreendedores. Para o empresário português, a IA traz “mais oportunidades que riscos”. Uma opinião partilhada por Daniela Marques, diretora executiva da Marley Spoon Europa.
“Ter estas soluções só nos vai ajudar a responder rapidamente a grandes problemas da sociedade ou exigências do consumidor”, assume a portuguesa, que começou na Marley Spoon, uma empresa dedicada à entrega de refeições prontas a cozinhar, há oito anos, como manager de logística.
“É verdade que muitos trabalhos vão ser obsoletos, mas cabe às empresas definir estratégias para investir em pessoas, reintegrá-las noutro tipo de trabalho, ensiná-las a adaptar-se a outros meios. Isso é muito importante e as empresas têm de assumir essa responsabilidade”, frisou.
Nuno Martins, diretor executivo da Caixa, defende que a IA vai “mudar muito” a forma como trabalham, sublinhando a importância de a “colocar ao serviço da boa utilização”.
“É o mesmo que o telemóvel para as crianças, é algo que andou muito rápido e que temos de usar no bom caminho”, exemplificou.
“Através dos motores de busca podemos ter acesso a essa forma de retirar informação da web de uma forma filtrada e com interações que consigam melhorar a ligação a esses sistemas (…) agora vem para ser feita na ótica do utilizar e democratizar o seu uso. Torna mais universal a sua utilização e acelera o que já estava em curso”, apontou, não escondendo os desafios que se avizinham.
O encontro, que decorreu em Berlim, contou com vários oradores e participantes, entre eles o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, o embaixador de Portugal em Berlim, Francisco Ribeiro Menezes, Tiago Taveira, fundador e diretor técnico da Cozero, uma empresa de software na área ambiental, e Pedro Lucena, fundador da startup Salectiv.

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