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Parlamento manifesta “total solidariedade” a Kiev com PCP isolado no voto contra


Sexta, 24 de Fevereiro de 2023

O parlamento aprovou hoje um voto de “total solidariedade com a Ucrânia e o povo ucraniano”, apresentado por Augusto Santos Silva, e chumbou outro, do PCP, em que se condenava o “caminho de ingerência, violência e confrontação”.
O texto apresentado pelo presidente da Assembleia da República só contou com o voto contra do PCP. Todos os outros partidos e deputados únicos votaram a favor.
O voto do PCP foi ‘chumbado’ por todos os outros partidos, ficando os comunistas isolados mais uma vez..
Os dois textos foram votados no dia em que se assinala um ano desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, e em que a Assembleia da República organizou um debate temático sobre a situação no país.
No voto apresentado por Santos Silva, que foi lido pelo próprio no plenário, refere-se que, passado um ano sobre a guerra na Ucrânia, “a Assembleia da República reafirma a sua solidariedade com o povo e as autoridades ucranianas”. “Reitera a condenação da agressão perpetrada pela Federação Russa e insta-a à cessação de imediata das hostilidades e à retirada do território ucraniano, condições indispensáveis para conversações de paz”, lê-se.
Neste voto, o parlamento lamenta ainda “profundamente os muitos milhares de vítimas da guerra - vítimas mortais, pessoas feridas ou refugiadas - e a destruição de cidades, infraestruturas e bens” e saúda a Ucrânia e o seu Presidente, Volodymyr Zelensky, “cuja ação heroica em defesa da liberdade e da soberania representa a defesa da paz e segurança na Europa e dos valores europeus”. “Assim, lembrando os profundos laços de amizade que unem o povo português e o povo ucraniano, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, proclama solenemente a total solidariedade com a Ucrânia e com o povo ucraniano na defesa da sua independência e integridade territorial e na defesa do direito sagrado a decidir livremente o seu destino, no quadro da Europa a que todos queremos pertencer, a Europa da democracia e da paz”, sublinha o parlamento.
No que se refere ao voto do PCP, que foi chumbado, referia-se que, apesar de ser apresentada “como sendo entre a Rússia e a Ucrânia”, a guerra é, “de facto, expressão de uma confrontação dos EUA, da NATO e da UE com a Rússia, no quadro da estratégia de domínio hegemónico dos EUA”. “É urgente parar a política de instigação do confronto, que só levará ao agravamento do conflito, à perda de mais vidas humanas, a maior sofrimento e destruição. É necessário valorizar os apelos, as iniciativas e as propostas de mediação com vista à sua urgente solução política”, referia-se.
Neste contexto, o projeto do PCP defendia ainda que “Portugal, ao invés de contribuir para o agravamento do conflito, do militarismo, da guerra, deve promover a solução pacífica dos conflitos internacionais e o desarmamento em geral, simultâneo e controlado, entre outros princípios das relações internacionais consagrados na Constituição da República Portuguesa”.
O projeto do PCP expressava assim a “sua solidariedade para com as vítimas de uma guerra que dura há nove anos e a que urge pôr fim” e condenava “todo um caminho de ingerência, violência e confrontação”.
Nesse “caminho de ingerência”, o PCP destacava designadamente “o golpe de Estado de 2014, promovido pelos EUA na Ucrânia, que instaurou um poder xenófobo e belicista, a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da UE”.
Os comunistas apelavam ainda a que os Estados Unidos, NATO e UE “cessem de instigar e alimentar a guerra na Ucrânia, e que se abram vias de negociação com os demais intervenientes”, nomeadamente a Federação Russa”.


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