O barco moliceiro e a arte da carpintaria naval de Aveiro foram inscritos no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, como registo de salvaguarda urgente, segundo anúncio publicado ontem em Diário da República. A inscrição foi feita sob proposta do Departamento de Museus, Monumentos e Palácios da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
Em comunicado, a DGPC indicou reconhecer «a necessidade de salvaguarda urgente a este saber-fazer, que atualmente é apenas praticado de forma regular por cinco mestres construtores e por um pintor de moliceiros, [sediados] nos concelhos de Estarreja e Murtosa, não se tendo conseguido atrair novos aprendizes nos anos mais recentes».
De acordo com o anúncio, a inscrição tem em conta «as atuais caraterísticas do contexto de transmissão do saber-fazer, que acarreta riscos passíveis de comprometerem a sua continuidade». Foram também critérios para a medida «a importância da manifestação enquanto reflexo da identidade da comunidade, grupos e indivíduos que a praticam e se encontram associados», bem como «a importância da sua dimensão histórica, social e cultural na área territorial em que se insere».