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Entrevista: “Portugal também segue os mesmos padrões preocupantes” no cancro


Quarta, 23 de Fevereiro de 2022

A pretexto do Dia Mundial do Cancro, assinalado recentemente, o Diário de Aveiro conversou com duas profissionais que lidam diariamente com a doença: Luisa Helguero, professora do Departamento de Ciências Médicas da Universidade de Aveiro e coordenadora do seu Laboratório de Hormonas e Cancro, e Ana Joaquim, médica oncologista no Centro Hospitalar Gaia/Espinho e presidente da Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia

Diário de Aveiro: Como investigadora, com que estado de espírito encara os números actuais do cancro? Com preocupação? Com optimismo?
Luisa Helguero (LH): Os números actuais são, sem dúvida, preocupantes. Dados do Observatório Global de Cancro indicam que em 2020 foram diagnosticados cerca de 19 milhões de casos em todo o mundo, dos quais 23 por cento foram europeus. Estima-se que até 2025 cerca de 50 milhões de pessoas serão afectadas, das quais 13 milhões na Europa. Portugal também segue os mesmos padrões preocupantes com uma estimativa de cerca de 60.400 casos diagnosticados em 2020. Apesar desta realidade, sou optimista, pois nos últimos 20 anos verificou-se uma diminuição sustentada da mortalidade por cancro em ambos os sexos, embora em Portugal a queda nos homens tenha sido menor do que nalguns outros países europeus. Esse aumento na sobrevida pode ser explicado pelos programas de rastreios que ajudam a detectar a doença em fases mais precoces, o que potencializa o sucesso do tratamento, a sensibilidade da população que visita o médico com mais regularidade e, obviamente, a existência de maiores alternativas terapêuticas. Face a esta realidade, abordo a investigação com dedicação e responsabilidade, com o objectivo de ampliar o conhecimento para reduzir o risco de desenvolver cancro e, no caso dos cancros existentes, melhorar os tratamentos, principalmente dos tipos em que as actuais terapias ainda não são satisfatórias. Como docente e investigadora a minha responsabilidade é preparar a próxima geração de cientistas e profissionais da saúde.

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