A esclerose múltipla é uma doença neurológica crónica que, embora não seja fatal, é muito incapacitante mas ainda incompreendida. “A deficiência é muitas vezes invisível aos olhos dos outros e torna-se muito difícil explicar porque temos de ter ajuda. Muitas vezes é uma conversa de surdos porque as nossas dificuldades não são entendidas”, disse ontem Alexandre Silva, presidente da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), na sessão de apresentação da nova delegação de Aveiro.
“A sociedade tem de perceber as nossas limitações e de criar condições para podermos desfrutar dos nossos direitos sociais como qualquer cidadão”, assinalou. Um dos “maiores problemas” é no mundo laboral. “A sociedade tem muito medo de lidar com a incerteza, sobretudo os empregadores”, afirmou, sustentando que estes doentes têm “direito ao trabalho”. “O nosso emprego tem de ser um fato por medida, desenhado de acordo com as nossas capacidades e as nossas limitações”.
