Memória e perseverança. Castelo de Paiva vive hoje o 20.º aniversário da tragédia da Ponte de Entre-os-Rios, que, numa noite de domingo, ceifou a vida a 59 pessoas. Do desgosto e dos sonhos desfeitos, ficou a determinação de um povo que está habituado a superar adversidades.
Uma missa pelas 10 horas de hoje, na Igreja Matriz da Raiva, com transmissão “on-line”, vai evocar os desaparecidos na tragédia. Durante a celebração serão benzidas 59 flores e será depositada uma coroa no cemitério.
Pelas 11 horas, as flores serão colocadas no monumento “Anjo de Portugal”, em São Martinho de Sardoura, e os familiares das vítimas lançarão flores ao rio. Às 19 horas, o programa que assinala a data será concluído no mesmo local.
Pelas 21.10 horas de 4 de Março de 2001, o quarto pilar da Ponte Hintze Ribeiro desabou, levando com ele parte do tabuleiro da infra-estrutura e projectando no Rio Douro um autocarro com 53 pessoas e mais três carros, que levavam seis pessoas. O resgate prolongou-se por semanas, mas apenas foi possível retirar das águas 23 corpos.
“Apostar na vida” tem sido o segredo das famílias daqueles que partiram, como salientou Augusto Moreira, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas da Tragédia de Entre-os-Rios (AFVTER).
Sobre a “data marcante”, e que solta as “emoções”, vincou que faz regressar o momento em que tanta gente nas comunidades ribeirinhas de Castelo de Paiva teve de enfrentar os mais duros desafios.
