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Covid-19: Investigadores, médicos, professores e pais defendem reabertura das escolas


Terça, 23 de Fevereiro de 2021

Uma centena de médicos, professores, pais e investigadores pediu ao Governo e ao Presidente da República a reabertura urgente das escolas a partir de 01 de Março a começar pelos mais novos e de forma faseada com as devidas precauções.
Numa carta enviada ao primeiro-ministro, ao ministro da Educação, à ministra da Saúde, aos restantes membros do Governo, e ao Presidente da República, o grupo, do qual fazem parte o virologista Pedro Simas e o epidemiologista Henrique Barros, diz ser possível manter as escolas abertas com ensino presencial com as devidas precauções e apontam algumas medidas.
O grupo de pais, professores, epidemiologistas, psiquiatras, pediatras e outros médicos, psicólogos, cientistas e profissionais de diferentes áreas, lembra que um largo conjunto de investigações “mostrou que as escolas não são contextos relevantes de infecção e, durante o primeiro período, as medidas sanitárias em vigor nas escolas provaram que o curso da epidemia foi independente das escolas estarem abertas”.
Por isso, defendem a reabertura de creches e estabelecimentos de educação pré-escolar no início de Março e a abrir o ensino básico a partir do início do próximo mês de forma gradual e a começar pelos 1.º e 2.º ciclos.
O grupo considera também que devem ser providenciados meios efectivos aos estabelecimentos e permitir o regresso ao ensino realmente presencial para todas as crianças e jovens beneficiários da acção social escolar, sinalizadas pelas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens, ou para as quais a escola considere ineficaz o ensino a distância e estejam em risco de abandono escolar.
Na opinião dos signatários, no regresso ao presencial deve ser dada prioridade às componentes práticas do ensino artístico e profissional e tornar a máscara cirúrgica obrigatória desde os seis anos fornecida pela escola.
“Manter e reforçar as medidas existentes, arejar os espaços, manter distâncias entre assentos, manter os mesmos lugares de assento nas salas de aula, e evitar o agrupamento de pais e alunos, reforçar o rastreamento e assegurar a quarentena de crianças e jovens em risco”, são outras das medidas apontadas pelo grupo.
Defendem também o incentivo ao uso de meio de transportes alternativos, como bicicletas, para ir à escola, aumentar a oferta de transporte público durante o horário escolar e desfasar ainda mais os horários de entradas e saídas para evitar agrupamentos nestes horários.
“Insistir na proibição, em tempos de grande pressão, de reuniões fora da escola, fazer o rastreio periódico da infecção em amostras da população escolar de modo o identificar infecções assintomáticas ou pré-sintomáticas e incluir, após o pessoal de saúde idosos e grupos de risco, professores e auxiliares de acção educativa nos grupos prioritários de vacinação”, são também defendidos pelo grupo.
O grupo destaca também que deve ser permitido que os professores de alto risco sejam substituídos por outros ou dêem aulas remotamente (com os alunos na escola) até que estejam vacinados e o reforço ou criação de um espaço específico em cada escola ou agrupamento para aplicar testes rápidos de antigénio e iniciar os procedimentos de isolamento e quarentena.
Defendem a vigilância de contágios nas escolas publicitando regularmente a sua frequência e tomar atitudes com base nesses e outros dados, agindo em função do risco na região, tipo de escola e idade dos alunos e a manter contacto regular entre os directores das escolas e as estruturas relevantes de saúde pública por forma a melhorar a gestão dos surtos, evitando medidas gerais e tardias que abrangem todas as escolas.


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