Estima-se que em Portugal surjam anualmente cerca de 400 novos casos de cancro em crianças e jovens entre os 0 e os 18 anos de idade. Um deles é o filho mais velho de Anabela Figueiredo, agora com 16 anos e que faz tratamentos oncológicos de forma ininterrupta há três. “É um processo absolutamente devastador para a criança ou jovem, e também para a sua família nuclear, sob o ponto de vista físico, emocional e financeiro. É caminhar sem rede num constante precipício”, descreve esta mãe ao Diário de Aveiro. Anabela diz que “o corte com toda a vida normal é radical” – as hospitalizações são inúmeras, não há escola presencial nem desporto, saídas ou família não nuclear devido ao isolamento a que tem que estar sujeito. “É necessária uma enorme capacidade de adaptação a uma realidade tão disruptiva”, sublinha. Anabela é a presidente de uma nova associação, com sede em Aveiro, nascida para suprir lacunas no acompanhamento das pessoas com cancro, nomeadamente crianças.
