Ricardo Sousa falou com o Diário de Aveiro no final de mais um treino, no campo de Oliveirinha, e, apesar de ao longo da entrevista ter repetido a palavra “dificuldade” por várias vezes, quis também passar uma mensagem de ambição. E que ambição é essa? Fazer o clube regressar à primeira divisão “o mais rapidamente possível”. Aos 41 anos, e depois de passagens por Sanjoanense, Lusitano de Vila Real de Santo António, Anadia e Felgueiras, o treinador exige “objectivos altos” e acredita que estão a ser dados os passos certos.
Diário de Aveiro: De que forma é que a pandemia afectou e continua a afectar o vosso trabalho?
Ricardo Sousa: Afectou na forma inicial porque o Beira-Mar teve problemas, e continua a ter problemas, que tem tentado ultrapassar ao longo destes anos. A mais-valia que o Beira-Mar tem tido são as empresas da terra que vão ajudando na tentativa de cada vez mais se reerguer, porque a Câmara estava impossibilitada de ajudar financeiramente. A pandemia veio retirar alguma liquidez que as empresas tinham e as ajudas têm sido menos, e assim o Beira-Mar passa por mais dificuldades.
Acha que fazia sentido haver público nos estádios ou compreende que as autoridades de saúde e políticas o proíbam?
As medidas da DGS são normais perante a gravidade que vivemos. Numa fase inicial, em que os números diários seriam pouco elevados, até pensámos que o público iria regressar à sexta ou à sétima jornada, mas a partir do momento em que os números aumentam para os três, quatro, cinco, seis mil casos diários é normal que a DGS tome medidas. Para os clubes é difícil? É. Para os jogadores é difícil? É. O prazer em jogar com público ou sem público é completamente diferente. Mas estamos aqui para cumprir as regras e o que mais desejamos é que esta fase negra passe o mais rapidamente possível, e sabemos que para ela passar todos temos de fazer esforços.
