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Junho regista temperaturas mais elevadas do ano com valores anormais na Sibéria


Terça, 07 de Julho de 2020

O mês de Junho foi o mês mais quente em todo o mundo, igualando as temperaturas de Junho de 2019, e os termómetros subiram para valores anormais na Sibéria, indicou hoje o serviço europeu Copernicus sobre as alterações climáticas. "Junho de 2020 foi o mês de Junho mais quente desde que se começaram a registar os dados, com um aumento de 0,53º centígrados acima da média verificada no período 1981-2010", indicou o organismo que já tinha notado uma subida das temperaturas no mês de maio.
Além dos valores globais é o "calor excepcional" na Sibéria árctica que retém a atenção do serviço europeu.
Na região russa, a temperatura média alcançou uma subida de 10º C, mais do que os valores sazonais que se costumam verificar no mês de Junho.
Segundo a Copernicus, o dia 20 Junho - com 37º C - na Sibéria oriental atingiu um recorde para a zona interior do círculo árctico.
No mesmo dia, na cidade russa de Verkhoiansk foi notado um pico de 38ºC, que os analistas apontam como um possível recorde para a região, um fenómeno que está a ser estudado pela Organização Meteorológica Mundial.
O serviço europeu Copernicus sublinha hoje em comunicado que as temperaturas "excepcionais" na região estão ligadas a diversos factores que estão a "interagir" entre si, entre os quais a força do vento e uma cobertura de neve particularmente baixa.
Além do fenómeno verificado em Junho, a agência europeia refere também um período de vários meses consecutivos em que se registaram temperaturas particularmente altas em certas regiões da Sibéria, desde o passado mês de Dezembro. "O que é inquietante é que o Árctico aquece de uma maneira mais rápida do que o resto do mundo", disse Carlos Buontempo, director do serviço europeu. "Não é normal que a Sibéria ocidental registe temperaturas mais altas do que o normal sendo que as temperaturas extraordinariamente altas no Árctico siberiano são preocupantes", acrescentou o responsável.
A Copernicus constatou igualmente um aumento do número de incêndios no noroeste da Sibéria e em menor grau no Alasca e nos territórios canadianos. "O que é notável sobre estes incêndios na Sibéria é a similaridade com os anos anteriores, no mesmo período", notou o especialista Mark Parrington, do organismo europeu.
De acordo com a Copernicus, os fogos já provocaram a emissão de 59 megatoneladas de CO2 na atmosfera, contra as 53 megatoneladas em Junho de 2019. O ano passado já foi considerado "invulgar", sublinhou Mark Parrington que acredita que se venha a verificar "uma actividade intensa" nas próximas semanas devido ao aumento das temperaturas e aos solos que estão menos húmidos.
Devido ao aquecimento global o planeta registou um aumento de 01º C em relação à era pré-industrial (século XIX) provocando uma série de fenómenos ambientais e meteorológicos extremos.
O segundo ano mais quente foi 2019, depois de 2016, prevendo-se que a temperatura média no mundo venha a atingir valores recorde durante os próximos cinco anos.


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