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Suspeito de rapto e violência doméstica detido pela PJ


Manuela Ventura Quinta, 30 de Abril de 2020

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem, de 32 anos, residente em Coimbra, suspeito da prática de um verdadeiro rol de crimes. Ao rapto, violência doméstica, coacção agravada, dano, detenção de arma proibida, junta-se, ainda, o tráfico de estupefacientes. Em causa está um indivíduo com antecedentes criminais, considerado particularmente violento, ligado ao mundo da “noite”. A vítima é a ex-companheira, que, cansada de maus-tratos, acabou por encetar uma fuga, de Coimbra para Viseu, onde reside a família. Foi, de resto, em Viseu, que se verificaram as situações mais violentas, envolvendo rapto, ameaças de morte e mesmo uma tentativa de extorsão.
O relacionamento da vítima, de 35 anos, e agressor começou em 2018, altura em que decidiram viver juntos, em Coimbra. Todavia, pouco depois terão começado, de acordo com fonte de Directoria do Centro da PJ, responsável pela investigação, os problemas de violência doméstica, que a mulher “procurou esconder”. Inclusivamente, terá sido assistida no hospital, mas “dissimulou a agressão”, afirmando que tinha “sofrido uma queda”. Mas nem por isso o registo de violência diminuiu. O início do ano terá representado um sucedâneo de agressões, de tal forma que a vítima resolveu pôr termo à situação.
De acordo com a PJ, aconteceu por altura do Carnaval. Aproveitando uma saída do companheiro e contando com a ajuda de vizinhos e amigos, a mulher pôs-se em fuga, refugiando-se em casa de familiares, em Viseu. Todavia, o sossego teve pouca duração, uma vez que depressa começaram os telefonemas, violentos e recheados de ameaças, intimando-a a regressar a casa. Como não lograsse qualquer êxito, o suspeito decidiu meter-se a caminho, rumo a Viseu.
Aconteceu no dia 11 de Março, com o suspeito a fazer uma ‘espera’ à companheira, na zona onde esta estava a residir. A abordagem surgiu quando a mulher, acompanhada por mais três familiares (irmãs e cunhados), saiu de casa. À espera, o suspeito deu início à perseguição, acabando por atravessar o carro à frente da viatura da família e, munido com uma arma de fogo, proferir ameaças. O condutor, cunhado da vítima, tentou ‘pôr água na fervura’ e acabar com o ‘espalhafato’, sugerindo que fossem para um local mais calmo conversar. O destino foi a zona do Hotel Montebelo, mas o registo de insultos, ameaças e violência continuou, com o suspeito, inclusivamente, a partir o vidro do carro onde estava a ex-companheira, e a dirigir-lhe reiteradas ameaças de morte.
Mais uma vez o cunhado tentou ‘gerir’ a situação, oferecendo-se para acompanhar o suspeito na sua viatura e sugerindo uma deslocação para um “local mais calmo”. Foi a oportunidade para a família da vítima se colocar em fuga e alertar a PSP. Ao aperceber-se que a companheira estava em fuga, o suspeito acabou por “raptar” o indivíduo e usá-lo como ‘moeda de troca’. Chegou mesmo a negociar, sempre com o objectivo de reatar a relação com a ex-mulher, e avançar com a proposta de um resgate, na casa dos 5 mil euros. Para conseguir libertar a vítima, a família acabaria por assumir que a mulher pretendia reatar a relação e estava à espera do ex-companheiro num determinado local, o que não aconteceu. Mas pôs termo à situação. Pelo menos temporariamente.
Isto porque, de acordo com a PJ, de regresso a casa, o suspeito “manteve a pressão” sobre a antiga companheira.

Antecedentes criminais relevantes
O suspeito foi detido na terça-feira, em Coimbra, em cumprimento de um mandado de detenção emitido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Viseu. O detido tem antecedentes, pela prática do crime de homicídio na forma tentada e outros ilícitos relacionados com o tráfico de estupefacientes.
Presente ontem ao Tribunal de Viseu, para primeiro interrogatório, o detido encontra-se em prisão preventiva.

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