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GNR nas estradas sensibiliza condutores para o recolhimento geral


Sábado, 04 de Abril de 2020

As justificações foram as mais variadas. Houve quem circulasse na autoestrada para levar comida ao pai de 70 anos, houve uma estudante de Enfermagem que precisou de se deslocar. Mas, acima de tudo, a GNR registou ontem muitas pessoas em deslocação por motivos profissionais, desde médicos, a trabalhadores da construção, técnicos de empresas de diversos sectores. Não foram autuados por andarem em circulação num tempo que é de recolhimento em casa, mas foram aconselhados a permanecerem no domicílio, pelo menos aqueles que andassem a circular sem uma razão válida.
Na primeira acção da operação “Recolhimento Geral”, a GNR passou a “pente fino” os automobilistas à saída da autoestrada 1 (A1), em Coimbra. Mais do que documentação – que também foi pedida – pretendeu-se «aconselhar as pessoas ao recolhimento geral», explicou a capitão Lígia Santos, do Departamento de Trânsito da GNR de Coimbra, que ontem comandou a operação que pretende dar seguimento às medidas previstas no estado de emergência devido à Covid-19.
A operação “Recolhimento Geral” começou às 12h00 de ontem e termina às 23h59 da próxima quarta-feira, altura em que deverá começar a operação que está a ser especialmente preparada para a Páscoa. Nesta altura, GNR e PSP intensificam as acções de patrulhamento das estadas, com sensibilização e fiscalização, a GNR mais focada nas estadas nacionais e auto-estradas, a PSP actuando mais nos centros urbanos.
«Há deslocações legítimas, não podemos estar com a ideia de que têm todos de estar no domicílio», explicou a capitão, adiantando que, por isso mesmo, na operação de ontem os transportes pesados seguiram viagem porque, à partida, estarão em trabalho. Ligeiro atrás de ligeiro, foram muitos os que os militares da GNR mandaram parar, questionando pela documentação e pelos motivos da deslocação e aconselhando ao que mais se tem ouvido em tempo de pandemia: fique em casa.
Frisando que a acção «não tem natureza punitiva», Lígia Santos admitiu, contudo, que os militares não deixarão de agir criminalmente em caso de desobediência, «que não se têm verificado», Aliás, Lígia Santos saúda o «acatamento total que se tem verificado no distrito de Coimbra», desde que se iniciou o estado de emergência, a 22 de Março, altura em que as forças de segurança iniciaram as acções preventivas e de sensibilização. «Mesmo quem não estava no regime de excepcionalidade para circular acatou os conselhos», revelou.
Na operação estiveram envolvidos 16 elementos do Destacamento de Trânsito de Coimbra e do Destacamento de Intervenção de Coimbra. Binómios cinotécnicos, com cães especialistas na detecção de substâncias também estiveram na operação.
Numa tarde de sexta-feira como a de ontem, seriam muitos mais os automobilistas em circulação. «Isto não é nada», reconheceu e a capitão, garantindo que dia após dia são cada vez menos as pessoas a circular nas estradas portuguesas. É isso que se quer, num tempo em que combater a pandemia Covid-19 se faz, ficando em casa. 


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