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Testes passam a ser para cidadãos com sintomas e profissionais de saúde assintomáticos


Quarta, 25 de Março de 2020

Portugal vai passar a testar «todas as pessoas que exibam sintomas», seja tosse ou febre, sem precisar de serem vários sintomas simultâneos.
«Basta ter febre ou tosse. Nós recomendamos que ao mínimo sintoma de queixas respiratórias ou febre seja feito o teste», explicou ontem Diogo Cruz, sub-director Geral da Saúde, falando numa intenção de massificação dos testes «a todos os doentes que sejam sintomáticos».
O responsável falava na conferência imprensa diária, no Ministério da Saúde, para a apresentação do relatório da situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal, adiantando que esta medida surge em consequência de uma norma, emitida esta segunda-feira à noite pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) que determina o alargamento do número de testes a fazer diariamente.
Até agora, os testes eram feitos com base nos sintomas e na região geográfica de onde a pessoa em causa viesse. Esta norma «permite que os clínicos, localmente, decidam quem querem testar livremente», explicou Diogo Cruz, confirmando, assim, a tendência para uma massificação dos testes, embora apenas a pessoas com sintomas.
E explica porquê. «O grande problema dos testes é o facto de o período de incubação ser de 14 dias», disse, adiantando que «neste momento, fazer o teste e estar negativo não quer dizer que amanhã a pessoa não esteja positiva, o que nos dá uma falsa sensação de segurança», indicou o sub-director Geral da Saúde, que ontem substituiu Graça Freitas na habitual conferência de Imprensa, por a directora-Geral da Saúde se encontrar ausente, num compromisso profissional.

Profissionais de saúde testados sem sintomas
A nova norma da DGS, dirigida a profissionais de saúde, destaca que «todos os casos suspeitos de infecção (...) devem ser submetidos a diagnóstico laboratorial».
Em relação aos profissionais de saúde - na segunda-feira foi confirmado que há, pelo menos, 165 infectados em Portugal -, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, admitiu que possam vir a ser testados, «sem sintomas, bem como outras profissões que lidam com grupos de risco».
«Estamos a testar prioritariamente os profissionais de saúde que são sintomáticos», afirmou, admitindo, que se possam alargar os testes a profissionais sem sintomas «que possam ter tido contactos em cadeia com doentes Covid e pessoas que trabalham com as populações mais vulneráveis». como funcionários de lares e residências de idosos.
Lacerda Sales salientou que tem de haver «um critério racional» para aplicar os testes, «porque não se pode fazer um rastreio populacional de 10 milhões de habitantes». «Não há capacidade para isso», disse, avançando que, apesar de não estar a haver «racionamento dos testes, nem de nenhum material», tem de haver um «critério que vá ao encontro do que é a evolução e o dinamismo do próprio surto».
«É evidente que se os casos começarem a aumentar e a estratificação dos grupos de risco for bem definida, temos que avançar com a testagem em maior número», afirmou, sublinhando que, para responder a esta nova fase, Portugal tem «180 mil testes encomendados, 80 mil dos quais deverão chegar até ao fim desta semana».
Para já, o nosso país, conta com uma reserva de 30 mil testes, tem uma capacidade diária para fazer 4.000 testes e está a realizar «2.000 a 2.300 por dia».|


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