Rosinda Mendes sai do MeiriLagar com um dos garrafões vazios. Se no ano passado a colheita foi rica e lhe deu 445 quilos de azeitona, este ano teve apenas 125. "Aproveitei o pouco", disse, enquanto carregava o azeite, ainda meio ácido, por ser da nova 'temporada'.Do outro lado do lagar descarrega-se uma carrinha cheia de sacos de azeitona, enquanto se espera pela vez. Ramos e folhas de oliveira ficaram para trás e quase que a escolha nem precisa de ser feita, mas se fosse não haveria problema, já que no lagar das Meirinhas, Pombal, a tecnologia moderna separa devidamente a azeitona dos ramos e, no final, ainda aproveita os caroços para biocombustível (ou seja, para caldeiras de aquecimento).Apesar de funcionar apenas há cerca de um ano, o saber vem de longe e nasceu com o proprietário, Gregório Portela. O avô, agricultor de profissão, explorou um lagar de azeite tradicional, movido a água, entre as décadas de 20 e 40, nas Meirinhas de Baixo. O negócio não passou para as gerações seguintes, e o lagar típico ficou na posse da Junta de Freguesia das Merinhas, para apoio de uma associação local.Ainda assim, Manuel Portela, pai de Gregório Portela, manteve a plantação de oliveiras junto ao lagar e, mais importante, os saberes e o gosto pela agricultura. Passou-a ao filho, que, materializando o sonho do seu avô, tem vindo a aumentar a área do olival.
Leia a notícia completa na edição em papel.