Um indivíduo de 47 anos, que começou ontem a ser julgado no Tribunal de Coimbra acusado de ter tentado burlar dois homens presos preventivamente, terá ameaçado de morte a ex-companheira, enquanto esta, igualmente arguida no mesmo processo, prestava declarações e afirmava que, muitas vezes, temeu pela sua vida e pela do filho. «Ouviram? Ele disse “eu mato-te”», referiu a mulher, visivelmente perturbada pela postura do arguido, que, durante todo este período da sessão, foi reagindo verbalmente, até ao ponto da presidente do colectivo de juízes o advertir que, caso continuasse com a mesma postura, teria de abandonar a sala.
Sobre os factos que constam da acusação do Ministério Público - que indicam que este homem com a ajuda de duas antigas companheiras, terá começado, em 2012, a engendrar um esquema para obter dinheiro de pessoas detidas preventivamente, prometendo-lhes alterações da medida de coacção -, o arguido nada disse. Detido continuamente desde 2004, este engenheiro químico está acusado da prática de um crime de burla na forma tentada, um crime de burla qualificada na forma consumada, dois crimes de falsificação, um crime de uso de documento de identificação alheio e um crime de desobediência. As duas arguidas, de 37 e 36 anos, estão acusadas de burla, mas negaram qualquer envolvimento no esquema.
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