Foi ontem inaugurada a exposição que põe a descoberto as dificuldades daqueles que optam pela carreira de investigador na Universidade de Coimbra. O estudo contou com a participação de 128 investigadores que responderam ao inquérito realizado pelo pelouro de Política da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC).
«A exposição resulta de um inquérito que achamos importante fazer para ouvir uma classe que muito diz aos estudantes da Universidade de Coimbra e que necessita de uma maior atenção», explicou Renato Daniel, presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, em conversa com o Diário de Coimbra.
A exposição foi inaugurada no Dia Internacional do Trabalhador e serve como uma chamada de atenção para as condições de precariedade a que muitos investigadores estão sujeitos, adiantou o dirigente estudantil.
«É uma classe muitas vezes esquecida e que apresenta problemas laborais que devemos ter em conta», explicou o estudante, acrescentando que o estudo é um contributo para uma reflexão necessária para encontrar soluções que dignifiquem a carreira dos investigadores «tão importante para o ensino superior», defendeu Renato Daniel.
Em forma de gráficos, a exposição que ficará patente no Largo de D. Dinis, apresenta os resultados a uma série de questões colocadas aos investigadores sobre a carreira, o futuro e a perspetiva de futuro para os doutorandos em Portugal. Por exemplo, à pergunta “Consideram que, em Portugal, o facto de ser titular de um doutoramento pode ser inclusive um fator discriminatório no acesso ao mercado de trabalho no setor privado?”, 80 dos 128 inquiridos responderam que concordam, contra apenas 23 que dizem discordar.
Aos investigadores foi ainda perguntado se se consideram que a sua formação é devidamente dignificada, e a resposta de 76 pessoas foi negativa, contra 24 que concordaram.
“Concorda que a renovação dos quadros das Instituições de Ensino Superior é importante para valorizar os doutorandos bem como a carreira de investigação científica?”, a esta questão as respostas foram quase unânimes, com 117 dos inquiridos a responderem de forma afirmativa. «Este estudo serve como chamada de atenção para os problemas da carreira de investigadores», adiantou Renato Daniel, ao nosso jornal.
