«Maio está na rua, a luta continua», e nem mesmo a chuva demoveu quem pelos direitos luta. Trabalhadores e população desceram, ontem, a Avenida Dr. Lourenço Peixinho, em direção ao Largo do Rossio, numa marcha reivindicativa. Aumento geral e significativo dos salários e subida das pensões, redução do horário de trabalho, luta contra à precariedade nos setores públicos e privados são algumas das principais políticas a fazerem-se ouvir pelas vozes de quem protesta. Diana Marques trabalha na área da Hotelaria e Turismo, em Estarreja, mas, como tantos outros trabalhadores, sofre com a falta de condições laborais. «A carga horária exigida não me permite ter momentos de lazer tanto quanto gostava. Essa exigência acaba por ter repercussões na saúde», garantiu. Para Nelson Peralta, membro da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, «quer o antigo Governo, quer o atual, estão em sintonia de aposta num SNS privatizado, passando serviços do público para o privado, sendo pagos com o dinheiro de todos nós». Segundo o ex-deputado, enquanto a riqueza produzida pelos trabalhadores não for distribuída pelos mesmos, o país não se consegue desenvolver de forma digna. «A igualdade salarial deve ser reajustada, bem como a redução da jornada do trabalho, em 15 por cento», explicou Nelson Peralta.