O abate de 51 árvores na Rua da República, nas freguesias de Esgueira e de Santa Joana, gerou perplexidade e indignação entre vários moradores, embora vários outros tenham apoiado a operação desencadeada pela Câmara de Aveiro no âmbito da empreitada de requalificação daquele arruamento.
A obra de beneficiação da rua, atualmente em curso entre a zona da Farmácia Capão Filipe e a sede da AIDA - Câmara de Comércio e Indústria, implicou, segundo o líder do município, o corte de um total de 51 árvores. Trinta e nove serão mantidas e 40 outras serão plantadas, adiantou o autarca da coligação PSD/CDS.
O derrube dos espécimes arbóreos - liquidambares - foi consumado esta semana, na segunda-feira passada, e provocou várias reações de repúdio, havendo quem relembre outras operações semelhantes já ocorridas no município nos últimos anos (ver caixa).
O abate também gerou reações de forças políticas locais. O vereador socialista Fernando Nogueira acredita que «havia alternativas». «Abater só de um lado e conservar as outras; eliminar metade e colocar outras a crescer antes de abater as restantes. Tirar 50 centímetros às vias e torná-las até mais lentas. E ainda outras, haja vontade», afirmou.
Celme Tavares, do BE, criticou a «falta de manutenção de passeios» e as «pobres caldeiras de árvores». «Opta-se sempre pelo mais fácil e brutal abate», lamenta.
Há, porém, quem note que a opção camarária era inevitável. Um morador sustenta que «não passava uma pessoa a pé, quanto mais um carrinho de bebé ou uma cadeira de rodas», ao passo que outro nota que «não havia condições de segurança para os peões caminharem, com os passeios todos rebentados e aos altos e baixos devido às raízes».