Vila Nova de Fusos é uma daquelas aldeias, tão abundantes no país, que aos poucos se vão esvaziando de gente. Hoje moram lá 138 pessoas, quase todas idosas. Num passeio pelas suas ruas, na tarde de quinta-feira, cruzamo-nos com duas - não se vê mais ninguém. Apenas detetamos outro sinal de vida quando reparamos num cão que dorme à sombra de uma figueira, e que desperta à nossa passagem.
Esta pequena povoação do concelho de Albergaria-a-Velha faz parte da rede Aldeia Segura, criada no rescaldo dos fatídicos incêndios de 2017, que vitimaram dezenas de populares em Pedrógão Grande. Este programa nacional desenvolvido pelo Ministério da Administração Interna visa a «proteção de aglomerados populacionais» em caso de incêndio. Atualmente existem 2.255 povoações abrangidas, 39 delas, de acordo com o “site” do programa, no distrito de Aveiro, nos municípios de Águeda, Albergaria-a-Velha, Arouca, Castelo de Paiva, Mealhada, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Sever do Vouga e Vale de Cambra.
Visitámos uma delas, no meio da mancha florestal de Albergaria-a-Velha, a pouco mais de oito quilómetros da sede do concelho. Abandonamos a A25 na sua saída 9 e rumamos a Vila Nova de Fusos por caminhos rodeados de eucaliptos. Esta é uma zona rural, de floresta e agricultura - as poucas ruas da aldeia são ladeadas por campos de cultivo, que são por sua vez cercados por uma densa malha florestal.