Um estudo do CINTESIS da Universidade de Aveiro concluiu que a maioria dos idosos polimedicados, que tomam cinco ou mais medicamentos, estão dispostos a deixar de tomar um ou mais fármacos desde que recomendado pelo médico. O estudo, publicado na revista científica “Basic & Clinical Pharmacology & Toxicology”, visava avaliar «uma das maiores barreiras à desprescrição» (redução ou suspensão de medicamentos), nomeadamente a «atitude dos doentes e dos médicos», afirmou à Lusa a autora da investigação, Anabela Pereira.
O estudo, desenvolvido no âmbito do projeto “Desprescrição no Idoso”, envolveu 192 seniores, com uma idade média de 72 anos, sendo que, 77 por cento são polimedicados e 91,6 por cento têm três ou mais doenças. A investigação, que teve por base um inquérito, concluiu que 83,3 por cento dos doentes estavam dispostos a deixar de tomar um ou mais medicamentos, mas só se recomendado pelo seu médico. «Os doentes mais velhos e do sexo feminino são os que apresentam maior abertura e disponibilidade para reduzir a sua medicação diária», afirmou Anabela Pereira, acrescentando que estas características podem servir para «selecionar os doentes mais propensos» a aceitar a desprescrição.