
Mercadona cresce em faturação e pela primeira vez é rentável em Portugal
Dos 38.835 milhões de euros faturados pela Mercadona em 2024 (mais 9% face a 2023), 1.778 milhões correspondem ao volume de vendas alcançado em Portugal, mais 27% do que no ano anterior, com a cadeia de supermercados espanhola a ser «rentável pela primeira vez» desde 2019, ano em que abriu a primeira loja no mercado nacional.
«Portugal começou a somar e este ano somará mais. Estamos muito satisfeitos», afirmou Juan Roig, presidente da empresa, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados anuais que decorreu ontem em Valência, Espanha, onde o grupo tem sede, admitindo, porém, que este resultado é ainda inferior ao que a empresa aspira para 2025 no mercado nacional, estando previsto o aumento de 3,5% nas vendas, «para atingir os 40.100 milhões de euros, e a consolidação de um lucro idêntico ao do último exercício». Até ao final do ano, a empresa tem ainda previsto um investimento de mais 157 milhões de euros e a abertura de dez novas lojas, chegando, no decorrer do ano, à cidade de Lisboa, onde abrirá dois supermercados.
Para o abastecimento dos 60 supermercados em Portugal - rede que foi reforçada no ano passado (mais 11 do que em 2023, algumas delas na região Centro do país) num investimento de 219 milhões de euros -, a empresa trabalhou de perto com os seus fornecedores nacionais, aos quais comprou 1.400 milhões de euros, tendo contribuído com 237 milhões de euros em impostos através da empresa portuguesa Irmãdona Supermercados, com sede em Vila Nova de Gaia. Da mesma forma, «o esforço e compromisso da equipa, a abertura de novas lojas e a aposta num sortido eficaz e de qualidade, tornaram possível uma redução no preço de 1.500 produtos», fazendo com que a «cada dia mais clientes escolham» a Mercadona como local preferencial para as suas compras, refere a empresa em comunicado.
De acordo com a mesma fonte, o aumento global da faturação espelha o «trabalho realizado pelo departamento de Compras e Prescrição, juntamente com os fornecedores e interfornecedores especialistas». Graças a esta colaboração, refere ainda a Mercadona nessa nota de imprensa, «foi possível fazer uma redução no preço de milhares de produtos, em Portugal e Espanha, o que representou uma poupança de 650 milhões de para os “Chefes” (clientes)», num carrinho de compras «com uma qualidade efetiva ao preço mais económico do mercado».
Aposta nos recursos humanos
Em 2024, a Mercadona criou mais de 6.000 novos postos de trabalho estáveis e de qualidade, 1.700 dos quais em Portugal e 4.300 em Espanha, tendo alcançado em cada país, no total, uma equipa de 7 mil e 103 mil pessoas, respetivamente. Para reconhecer «o esforço, compromisso e exemplo de uma equipa de alto desempenho que nunca se põe limites», a Mercadona aumentou o salário em 8,5%, mais de cinco pontos percentuais acima do IPC de Portugal e de Espanha, além de partilhar uma remuneração variável por objetivos (prémio), relacionada com lucros da empresa, de 700 milhões de euros.
Posto isto, do lado de cá da fronteira, «um colaborador com mais de quatro anos de antiguidade» recebeu, no passado dia 1 de março, «cerca de 4.500 euros/brutos em remuneração variável, o correspondente a três mensalidades», especifica a empresa.
Ajuda aos afetados pela depressão Dana
A empresa lançou a iniciativa “Alcem-se!” (Levantemo-nos), à qual se juntaram outros projetos do Legado de Juan Roig e Hortensia Herrero, para canalizar todas as suas ajudas aos afetados pela depressão Dana, num total de 108 milhões de euros. Destacam-se os esforços feitos para reabrir as suas lojas e armazéns, ajudar a comunidade com doações, a recuperação de espaços danificados, ou também as ajudas económicas destinadas tanto aos colaboradores afetados como a negócios da zona, com o objetivo de evitar que tivessem de reconstruir a sua vida a partir do zero, reativando a economia.