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Confraria da Broa promove e defende os sabores de Avanca

Criada para destacar a broa caseira da terra, também puxa pela gastronomia concelhia e até pelo património local. Com 37 confrades e confreiras ativos, cumpre um animado plano anual de atividades

A «finalidade» da Confraria da Broa D’Avanca (CBA) é «promover a broa e, no geral, a gastronomia do concelho» de Estarreja, designadamente os rojões, os enchidos e o arroz, entre outras delícias. António Pinho, fundador e atual almoxarife (equivalente a tesoureiro) sublinhou que esta condição «está nos estatutos da instituição», a qual participa em eventos na freguesia, concelho, na região e, até, pelo país.

O dirigente recordou que foi criada a 16 de agosto de 2004 pela vontade e ação de «um grupo de amigos, que se costumava reunir no “Triangulus Bar”. Como, por aquele tempo, estavam a “nascer” muitas confrarias, um deles lembrou-se que a respetiva mãe fazia broa caseira, pelo que decidiram avançar.

Salientou que o propósito é divulgar e defender a Broa Caseira de Avanca, feita de milho amarelo, levando o fermento natural que é a massa da fornada anterior, e indo ao forno a lenha. A primeira produtora da confraria já não confeciona, mas passou «os seus conhecimentos e a receita tradicional» a um confrade.

António Pinho fez notar que persistem na freguesia algumas produtoras segundo o método tradicional, com nota de que a CBA as costumava reunir numa feirinha anual, em setembro, por altura das colheitas, com a receita angariada a ser entregue a duas instituições concelhias. A pandemia interrompeu o even­to, que voltou no ano passado, mas em julho, sendo realizado em paralelo ao evento principal da entidade.

O Capítulo é a reunião magna da Confraria da Broa, reunindo os seus membros e convidados «sempre» no fim de semana anterior a 18 de julho, que é o dia de Santa Marinha, a padroeira de Avanca.

Confraria «está bem viva!»

A entidade conta, hoje em dia, com 52 confrades: 12 confrades honorários - pessoas que fizeram algo pelo concelho e representantes de instituições, nomeadamente da Junta de Freguesia de Avanca e da Câmara Municipal de Estarreja, 37 confrades e confreiras efetivos e três “bambis” (crianças).

Tem sede numa sala de um edifício, propriedade da Refer, mas gerido pela junta de freguesia, situado perto da estação de comboios da vila. A ambição é ocupar uma outra sala, ao lado, porque precisa de espaço para criar um pequeno «museu» para as lembranças e peças que, nomeadamente, lhe são oferecidas quando participa em eventos de outras confrarias e em iniciativas institucionais.

O almoxarife deu conta de um plano anual bem preenchi­do, com atividades praticamen­te em todos os meses. Nes­te mês, nos dias 15 e 16, instalará uma banca no centro da localidade, para vender broa no âmbito do evento comemorativo da elevação de Avanca à condição de vila.

Em abril, a CBA vai participar na Rota Nacional dos Moinhos, acolhendo, nos dias 5 e 6, visitantes ao moinho a água da quinta de Egas Moniz, que gere, assim como ao moinho de um confrade e a outros moinhos privados.

Um almoço com «tudo» o que o porco dá e a participação no festival gastronómico das coletividades locais, organizado pela junta de freguesia, também fazem parte do plano, assim como a Desfolhada de Milho à Moda Antiga que a confraria realiza anualmente, em setembro, após as colheitas.

Assinale-se, ainda, a participa­ção prevista, a 7 de junho deste ano, num Encontro Internacional de Gastronomia que se vai realizar na Universidade de A­vei­ro. E as idas a capítulos e eventos de outras confrarias também mobilizam frequentemente os seus membros mais ativos. A CBA «está bem viva!», proclamou António Pinho.

Matias Guimarães, outro dos fundadores, relevou, ainda, os contributos que a entidade tem dado para a preservação do património local, como foram os casos - disse - das rotas pelos la­vadouros, realizadas há dezena e meia de anos, que levou ao cuidar e preservar des­ses símbo­los da vivência comu­nitária de outrora. Também se referiu ao tempo em que fo­ram organiza­das «visitas a ca­pe­las», que contaram com «mui­ta gente». |

Os trajes

O traje de confrade inclui gabão tradicional antigo e preto (é o traje de um lavrador rico),

dotado de bordado amarelo na aba, em cima,

e chapéu de aba larga, com bordado amarelo. Por seu lado, o traje de confreira apresenta capa preta com bordado amarelo na aba do chapéu preto e com cinteiro a amarelo. A omnipresença do amarelo nos trajes tem, obviamente,

a ver com o milho amarelo com que é feita a Broa d’ Avanca. A insígnia da confraria apresenta uma broa partida e é sustida por um colar

de cor… amarela. |

Março 6, 2025 . 12:00

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