
Um Carnaval onde a tradição é quem mais ordena
Ainda a nossa reportagem não tinha chegado ao centro desta “Aldeia de Portugal”, situada no concelho de Ílhavo, e já começou a avistar as primeiras pessoas disfarçadas, também a caminho do Carnaval de Vale de Ílhavo. «Aqui o samba não entra. E antigamente até a música brasileira era proibida», disse-nos, ontem, João Torrão, da Associação Cultural e Recreativa (ACR) Os Baldas, que, com o apoio financeiro do município, organiza aquele que já é um Carnaval de referência no distrito de Aveiro e até no país. Porque, sobretudo, honra a tradição e a identidade cultural, mantendo-as vivas ao longo das gerações.
Realiza-se há 26 anos, nos dois últimos já com Vale de Ílhavo como “Aldeia de Portugal”. Esta classificação, atribuída pela Associação do Turismo de Aldeia, «veio dar-nos mais trabalho, trouxe mais responsabilidade» e, como seria de esperar, elevou a fasquia em termos de organização deste evento, que representa já «um investimento na ordem dos 20 mil euros», contou o dirigente associativo, acrescentando: «Crescemos em comparação com o Carnaval de 2024. As pessoas dizem-nos que evoluiu muito». E tanto é assim que, no último domingo, saíram à rua - num “corso trapalhão” liderado por Suas Majestades, o Rei D. Paulo II e a Rainha D. Fernanda II - cerca de 450 foliões, pertencentes a vários grupos (uns organizados, outros nem tanto), “fazendo as delícias” de mais de 4.500 espetadores. E ontem “houve bis” desta festa carnavalesca tradicional.
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