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Periferia da AMP registou uma "expansão abrupta" do solo urbano na década passada

Quatro municípios da periferia da Área Metropolitana do Porto (AMP), quer a norte quer a sul do rio Douro, observaram, na década passada, uma "expansão abrupta" do solo urbano, segundo uma dissertação publicada no ano passado.

"Existe uma expansão abrupta do solo urbano nos municípios de Paredes (18,06%), Santa Maria da Feira (20,79%), Santo Tirso (21,3%) e São João da Madeira (13,1%), havendo também aumentos menos substanciais na Póvoa de Varzim (7,89%) e Oliveira de Azeméis (4,98%)", pode ler-se na dissertação "Forma urbana e a sustentabilidade: Análise do Crescimento Urbano recente na Área Metropolitana do Porto", de setembro de 2024.

O trabalho académico, da autoria de Leandro Freitas no mestrado de Riscos, Cidades e Ordenamento do Território da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), recorre a dados obtidos entre 2010 e 2021, e estabeleceu um modelo para "estudar as tendências de densificação ou expansão" na AMP.

No caso da ocupação do solo, os dados de cada município são referentes ao período entre 2010 e 2018, disponíveis no Observatório do Ordenamento do Território e Urbanismo.

"É necessário uma exploração mais profunda sobre as razões do aumento significativo em certos municípios do solo urbano, pois só a partir destes motivos é possível perceber se há uma necessidade efetiva de expansão das cidades, ou apenas descuido político para a contenção das mesmas", refere o trabalho académico.

Num cenário em que "apenas Valongo (-9%) e Gondomar (-13,27%) registaram diminuição" de solo urbano, "perceber a mudança deste dado é relevante, pois analisar a área artificializada em solo urbano e o tecido edificado em solo rústico por si só não seria suficiente para concluir se há ou não expansão urbana".

Ainda assim, o autor refere que "é necessária uma maior intervenção por parte dos agentes políticos de forma a conter a expansão urbana, assegurando um crescimento sustentável das cidades na AMP".

O estudo agrupou os municípios em cinco grupos, utilizando como indicadores de densificação a densidade populacional, a mobilidade, o parque habitacional, ou a ocupação do solo, subdivididos em vários subtemas, com os municípios do núcleo central da AMP (Porto, Vila Nova de Gaia, Maia e Matosinhos, classificados como grupo A) a registarem uma maior densificação no período em análise.

No 'ranking' da densificação ("grupo A os municípios com uma maior variação para densificação urbana e o grupo E com a menor) seguiu-se o grupo B de municípios, composto por Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Trofa, Gondomar, Valongo e Espinho, seguido pelo C, apenas composto pelo concelho de Santa Maria da Feira.

Por fim, o grupo D é composto por Paredes, Arouca e São João da Madeira, e o grupo E por Vale de Cambra, Santo Tirso e Oliveira de Azeméis.

"Na data inicial do estudo, vemos um claro destaque do núcleo da AMP ao nível densificação, o que é expectável dadas as características associadas ao centro de uma área metropolitana", e com a variação observada "são os municípios centrais da área metropolitana, tradicionalmente mais densos, que mantêm esta característica e os que têm mais potencial para uma maior densidade urbana, mesmo com problemas".

O autor conclui que ainda "existe uma clara discrepância entre o centro da AMP e as áreas contíguas em relação ao restante da área metropolitana", havendo "problemas mais profundos com a diminuição da acessibilidade habitacional nos municípios centrais, os investimentos em mobilidade a serem pouco eficazes na diminuição da dependência automóvel, assim como a falta de atratividade populacional que atinge de uma forma generalizada a AMP".

Fevereiro 18, 2025 . 16:51

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