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Iscte lidera consórcio para formar dez mil profissionais europeus na partilha de dados de saúde

Em causa está a entrada em vigor do Regulamento do Espaço Europeu de Dados de Saúde, que prevê que os Estados-membros partilhem informações

O Instituto Universitário de Lisboa (Iscte) lidera um consórcio internacional que vai formar mais de dez mil profissionais europeus da saúde e das tecnologias da informação na área da partilha digital de dados clínicos no espaço comunitário.

Segundo anunciou hoje o instituto, este consórcio junta universidades, hospitais e empresas de tecnologia de mais de 18 países com o objetivo de formar mais de dez mil profissionais na União Europeia (UE) até 2028, preparando-os para as novas exigências da legislação comunitária sobre a partilha de dados clínicos.

Em causa está a entrada em vigor do Regulamento do Espaço Europeu de Dados de Saúde em 2026, que prevê que os 27 Estados-membros partilhem informação clínica – diagnósticos, exames e tratamentos – para promover um acesso mais rápido a cuidados de saúde adequados ao historial clínico de cada paciente, seja qual for o país em que este se encontre.

Esta partilha de dados permitirá tratamentos mais personalizados e evitará a repetição de exames e procedimentos médicos, “mas o seu sucesso depende diretamente da qualificação dos profissionais”, salientou Henrique Martins, investigador do Iscte que coordena o projeto Xpanding Innovative Alliance (XiA).

Este projeto vai preparar os técnicos e os profissionais envolvidos na adaptação dos sistemas de informação dos hospitais e outras plataformas ‘online’ na partilha dos dados à escala europeia, avançou o Iscte.

O objetivo é garantir a interoperabilidade dos sistemas de saúde na Europa, assegurando o acesso seguro e eficiente aos dados clínicos nos diversos países, sem comprometer a privacidade dos pacientes.

A partilha segura de informação clínica vai transformar radicalmente a gestão e a utilização dos dados de saúde à escala europeia, mas também pode ajudar dentro de cada país, contudo o seu sucesso depende diretamente da qualificação dos profissionais que o projeto XiA vai proporcionar”, adiantou o médico.

O coordenador do XiA realçou ainda que a possibilidade de aceder ao historial clínico completo de um utente em qualquer país evita redundâncias e assegura que as decisões médicas se baseiem em informação precisa e atualizada, uma evolução que torna os “cuidados de saúde mais ágeis, eficazes e sustentáveis”.

O projeto reúne atualmente 23 parceiros de 18 países, incluindo hospitais, universidades, organizações não-governamentais e empresas de tecnologia, entre os quais a Laurea University of Applied Sciences e a Clinipower, da Finlândia, a Aristotle University of Thessaloniki e a University of Crete, da Grécia, e a Fyrstain, de França.

Em Portugal, além do Iscte, participam a Universidade do Minho e a Unidade Local de Saúde de Santo António. Até ao final do projeto, o XiA prevê envolver cerca de 100 organizações.

No primeiro ano deste projeto, que conta com o financiamento do programa Erasmus+, serão desenvolvidos o currículo e os cursos; no segundo ano serão implementados os primeiros cursos e será desenvolvida uma estratégia de inovação e interoperabilidade e, no terceiro, os conteúdos e cursos serão expandidos para um maior número de entidades parceiras.

No quarto e último ano o objetivo será a consolidação e sustentabilidade dos resultados, garantindo que os cursos desenvolvidos sejam amplamente adotados e mantidos a longo prazo, adiantou ainda o Iscte.

O lançamento oficial do projeto XiA vai decorrer na terça e quarta-feira no Iscte, com a presença de representantes das instituições parceiras e especialistas em saúde digital.

 

Fevereiro 10, 2025 . 18:36

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