
Ribau Esteves pode marcar a eleição do novo líder
Ribau Esteves, na qualidade de presidente da Mesa da Assembleia de Secção do PSD/Aveiro, pode marcar uma assembleia de militantes para a Comissão Política apresentar um nome a eleger para o cargo deixado vago pelo presidente deste órgão, Simão Santana, que se demitiu. Pode ser um elemento dos órgãos ou externo. Segundo os estatutos, «compete à Assembleia de Secção (órgão a que Ribau Esteves preside) «eleger o substituto de qualquer dos titulares da Comissão Política no caso de vacatura do cargo ou de impedimento prolongado, sob proposta do respetivo órgão». Não seguindo os estatutos, pode subir o primeiro vice-presidente a presidente, neste caso, Ângela Almeida.
A imprevisibilidade
A partir daqui, com a eleição de um novo líder da concelhia, estará o caminho mais claro para preparação das próximas autárquicas. Contudo, a imprevisibilidade é uma característica muito clara nestes dias. Particularmente, a situação inédita em que Ribau Esteves se encontra, não habituado a ser contrariado, como foi por Luís Montenegro, presidente do partido, que impôs o nome de Luís Souto para candidato à Câmara de Aveiro e não uma escolha sua e da concelhia, nome que, provavelmente, seria Rogério Carlos. Além disso, gostaria de ter sido o primeiro a saber sobre a escolha da direção nacional para candidato, o que não aconteceu
No meio da concelhia e da direção nacional está a direção distrital, que tem assumido um papel algo apagado. Não sendo a estrutura que recebe a contestação dos órgãos concelhios à escolha do candidato, as críticas são dirigidas, diretamente, à nacional.
Esta imprevisibilidade do que pode acontecer, particularmente a partir de Ribau Esteves, não ajuda Luís Souto, que se posiciona para a campanha. A relação entre os dois mudou e ainda não é seguro que Luís Souto permaneça na presidência da Assembleia Municipal de Aveiro.
A lista de Luís Souto
Entretanto, a formação da lista de candidatos de Luís Souto para a câmara é desconhecida, mas será possível afirmar que o vice-presidente da câmara, Rogério Carlos, sairá - o próprio disse, ontem, ao Diário de Aveiro: «Não pondero continuar». Mas, haverá outros elementos do atual executivo que gostariam de continuar, como Ana Cláudia Oliveira (CDS) e João Machado (PSD). Capão Filipe (CDS) dará por terminada este ano a sua carreira como vereador.
Crise no PSD de Aveiro
Em crise, o PSD de Aveiro vive dias difíceis, sendo que as primeiras horas que se seguiram à demissão do líder, Simão Santana, na passada segunda-feira e ontem, foram de tirar conclusões das consequências e planear o que fazer a seguir. Daqui por cerca de nove meses há eleições autárquicas para disputar, um candidato à câmara para promover e é preciso ter uma estrutura partidária montada para fazer a campanha e combater o adversário, principalmente, do PS, o irmão Alberto Souto.
Saiu Simão Santana, com o «desejo ao PSD, ao seu candidato Luís Souto e à sua candidatura, os maiores e melhores sucessos políticos». Não só o líder, mas também Rogério Carlos, vogal da comissão política, demitiu-se das funções, ambos críticos da imposição, pela direção nacional, do nome de Luís Souto e à forma como chegou ao conhecimento geral. As suas demissões estão, por isso, diretamente ligadas à comunicação da escolha do candidato, «poucos minutos antes do seu anúncio público». Uma circunstância que afetou, particularmente, Ribau Esteves.