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Bloco quer “mais tempo e mais direitos para quem trabalha por turnos”

Mariana Mortágua esteve, em Santa Maria da Feira, num almoço-comício de recolha de assinaturas para petição. Até ao último domingo contavam-se já 18 mil assinaturas

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) esteve, no passado dia 2, em Lourosa, num almoço-comício que assinalou o arranque à campanha de recolha de assinaturas da petição "Mais tempo e mais direitos para quem trabalha por turnos" no concelho de Santa Maria da Feira. Na ocasião, intervieram, para além de Mariana Mortágua, a ativista local Irís Sá e o dirigente concelhio do BE, Eduardo Couto, para uma «sala cheia» onde estavam cerca de 150 aderentes, simpatizantes e companheiros de luta bloquistas.

«Bem-vindas e bem-vindos. Esta é a vossa casa», afirmou Eduardo Couto, começando por se dirigir àqueles que estavam «pela primeira vez numa iniciativa do Bloco de Esquerda»: «Quero dizer que há, pelo menos, duas coisas que nos unem. A primeira é a enorme insatisfação com o estado das coisas. Estamos fartos. Fartos de viver com salários que não chegam ao fim do mês. Fartos de trabalhar oito, nove, dez ou mais horas e mesmo assim ter de andar sempre a contar os trocos para conseguir pagar todas as nossas despesas. Fartos de passar uma vida inteira a trabalhar, alguns mais de 40 anos, e depois descobrirmos que nem a reforma nos garante uma velhice tranquila. Fartos de viver por turnos, ora trabalhando de dia, ora trabalhando de noite, mas nunca tendo direito à nossa própria vida, à nossa família, ao nosso tempo (...)». «Perante tudo isto, o que faz a direita? Montenegro, Emídio Sousa, Amadeu Albergaria… passeiam-se pelos corredores do poder (...).  Eles não querem saber que haja 800 mil portugueses presos no salário mínimo, uma condenação perpétua à pobreza. Não querem saber das cerca de 950 mil pessoas a trabalhar por turnos, com grave prejuízo da sua vida pessoal (...)», apontou o dedo, fazendo o mesmo relativamente àqueles «que se dizem de centro-esquerda - como é o caso do Partido Socialista - O que fazem? Enfiam a cabeça debaixo da areia e fingem que nada se passa».

Já o BE representa, no entender deste responsável concelhio, «a esperança. A esperança num futuro que não seja este presente. A esperança numa realidade que não seja só dificuldades e precariedade». Por isso, sustentou, «estivemos desde o primeiro momento na luta dos trabalhadores da Rohde ou nas manifestações dos corticeiros em frente à sede do grupo Amorim. Por isso estivemos com os trabalhadores que se opunham à imposição da laboração contínua na Pietec mas também em solidariedade com as trabalhadoras da ECCO».

E é por isso também que lançou uma campanha para reforçar os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras por turnos. «Lutamos por um subsídio por turnos obrigatório; 24 horas de descanso na mudança de horário de turno e dois fins de semana de descanso, no mínimo, a cada seis semanas de trabalho; máximo de 35 horas semanais para quem trabalha nestes empregos; antecipação da idade de reforma em seis meses por cada ano de trabalho; direito a dispensa de trabalho para famílias com crianças pequenas; e critérios rigorosos para as autorizações de laboração contínua.

Até este último domingo, a petição “mais tempo e mais direitos para quem trabalha por turnos” contava já com mais de 18 mil assinaturas.

Fevereiro 5, 2025 . 15:39

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