
«Sabemos que ficámos na história do clube»
André Janicas viveu, no domingo, em Queluz, o ponto alto da sua carreira. O trabalho de grande qualidade que tem vindo a realizar é reconhecido por todos, mas faltava um título para dar ênfase ao percurso e crescimento que a equipa sénior feminina do Clube do Povo de Esgueira tem tido nos últimos anos. O treinador, em entrevista ao Diário de Aveiro, falou da inédita conquista da Taça Federação e dos objetivos para a restante época, vincando que não é utópico pensar no título nacional. Para já, o foco tem que estar no jogo de amanhã (21h), em Ermesinde, com o CPN.
Diário de Aveiro: Passaram alguns dias após a conquista da Taça Federação. Já tem perceção da dimensão deste feito…
André Janicas: É um feito importante e sabemos que ficámos na história do clube, que era algo que ambicionávamos e era para isso que trabalhámos, e trabalhamos, todos os dias. O Esgueira diz-nos muito a nós, treinadores, mas também às jogadoras e tentámos, todos, retribuir de alguma forma tudo o que o clube já nos deu e eu dou muito valor a isso. Deus queira que, mais para a frente, outras pessoas consigam alcançar outras conquistas destas, mas é claro que, neste momento, nos sentimos muito orgulhosos, mas queremos ter os “pés bem assentes no chão” e continuar a trabalhar para tentar outros feitos.
Elogia, constantemente, as suas atletas. Ainda assim, ficou surpreendido com o seu rendimento na “Final Four”?
Fizeram dois grandes jogos, houve uma conjugação de vários fatores e também tem que se ter sorte para ganhar um título. Agora, e porque sei bem da qualidade que têm, aquilo que elas fizeram em campo não me surpreendeu nada a nível tático e técnico. A nível mental, sabia que tínhamos esta capacidade, mas ainda não tínhamos conseguido colocá-la totalmente em jogo e principalmente num ponto alto. Foi a primeira vez que chegámos a uma final, mas já tínhamos tido outras meias-finais em que eu tinha sentido que mentalmente não tínhamos conseguido dar uma resposta tão boa. E, desta vez, acho que foi isso que conseguimos acrescentar ao nosso jogo. Foi esse foco, essa capacidade mental de sofrer nos momentos mais difíceis e continuar a acreditar que fez a diferença... Isso permitiu-nos manter a qualidade tática e técnica, e ter uma capacidade física diferente. A nível mental, de facto, mostrámos uma outra forma de estar.
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