
«Se os sócios não confiarem na direção, colocaremos o nosso lugar à disposição»
O presidente do Beira-Mar, Nuno Quintaneiro, em entrevista exclusiva ao Diário de Aveiro, entre a visão para o futuro do clube e o compromisso com os sócios, mostra-se determinado em devolver ao clube aveirense o protagonismo desportivo e económico na região.
Diário de Aveiro: Que importância tem para o Beira-Mar a criação de uma sociedade desportiva para o futebol?
Nuno Quintaneiro: O processo de captação de investimento, pela forma como o estruturámos e o divulgámos pelo mundo, permitiu-nos perceber que o Sport Clube Beira-Mar, apesar das dificuldades que atravessa atualmente, é um clube apetecível para investimento, sobretudo pelo “goodwill” que lhe é reconhecido e que advém, entre outros fatores, da força da marca, da Academia de Futebol e do posicionamento geográfico muito favorável. Acreditamos que a escolha do investidor Breno Silva e dos seus parceiros, para além de ser uma excelente aposta do clube, será também muito positiva para a cidade e para a região, pois o projeto empresarial que lhes está associado captará investimento e representará um importante fomento económico para a nossa comunidade.
Depois do fracasso que constituíram as anteriores sociedades desportivas do Beira-Mar detidas por estrangeiros, que garantias é que pode dar aos sócios em como os erros do passado não voltarão a repetir-se?
A garantia mais objetiva que posso dar é a de que vamos acautelar todos os pressupostos aprovados pelos associados do clube, na Assembleia-Geral de 22 de novembro, nos instrumentos jurídicos que serão submetidos a apreciação e votação por parte dos associados. Relembro que os pressupostos que a direção propôs foram aprovados numa reunião magna na qual participaram muitos sócios e que os validaram por larga maioria. Depois, há um nível de garantia mais subjetiva, mas que também posso dar. Os interlocutores, da parte do clube e do investidor, estão bastante alinhados estrategicamente, o que será especialmente relevante nos primeiros tempos de atividade da sociedade e de coabitação com o clube, pois acredito que dessa forma estaremos mais preparados e capazes de superar eventuais questões que surjam e não tenham sido anteriormente previstas.
Na conferência de imprensa de apresentação do investidor Breno Silva referiu que a sociedade desportiva prevê uma gestão partilhada. Quer especificar de que modelo se trata?
A gestão partilhada do futebol do Beira-Mar é, efetivamente, o maior desafio no desenho deste modelo sobre o qual temos vindo a trabalhar, pois exige uma articulação permanente entre as estruturas do clube e da sociedade, sobretudo nas matérias que contendem com a gestão da Academia de Futebol. O caminho que escolhemos é o mais exigente e desafiador, mas é simultaneamente aquele em que acreditamos que poderemos tirar maiores proveitos desportivos, financeiros e sociais. Neste aspeto, existe uma grande sintonia entra a equipa diretiva do clube e a equipa do investidor. Temos muita vontade de trabalhar juntos.
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