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Câmara municipal não espera descida dos preços das casas em Aveiro

Criticado por não construir habitação social em Aveiro, para além da oferta de privados, de casas a “custos controlados”, o presidente da câmara não espera uma descida dos preço das casas e diz que a culpa é dos salários baixos

O presidente da Câmara de A­vei­ro, Ribau Esteves, não espe­ra que os preços das casas desçam em Aveiro. «Alguém acredita?», perguntou o autarca na noite da passada sexta-feira, na reunião da assembleia municipal que aprovou as Grandes Opções do Plano, Orçamento, Mapa de Pessoal e Mapa Anual Global Consolidado de Recrutamentos Autorizados 2025, depois de questionado sobre o assunto por João Moniz, do Bloco de Esquerda, e por António Nabais, da bancada do PCP.
O chefe do executivo da mai­oria PSD-CDS-PPM tem sido criticado pela oposição por não aproveitar fundos nacionais dirigidos a habitação social e ter optado pela promoção de construção privada.
Até porque acha que não seria por aí que os preços baixa­riam. «Num país desenvolvido, sobe o custo de tudo», sendo que, em Portugal, segundo Ribau Esteves, o «problema está no rendimento do trabalho (salários), ou seja, se os salários fossem mais altos, o acesso à compra ou arrendamento de casas seria mais acessível».
Associou, deste modo, aos baixos salários a «produtividade baixa» e, por isso, conclui que «não é possível pagar salários mais altos», até considerando que, no nosso país, os trabalhadores gozam um mês de férias e um mês de baixa (médica) e o resto é falsear a realidade».

«Alguém acredita?»
Quanto à descida de preços, «alguém acredita?», perguntou, quando há «uma procura forte que pressiona a oferta», aproveitando para informar que em Aradas, na Quinta da Pinheira, onde está em curso um projeto privado de construção de casas a “custos controlados”, o segun­do bloco já se encontra “vendido”, esperando que sejam entregues no próximo verão mais 140 habitações.
Sobre as opções de construção, a Câmara de Aveiro tem «uma estratégia diferente”, dis­se, além de que, excetuando Lisboa e Porto, Aveiro é o município que tem mais habitação a «renda acessível». Concluindo: «estamos bem».
O bloquista João Moniz discorda, defendendo que o rendi­men­to «não é o único proble­ma». E quanto a comparações com outras cidades europeias, lembrou que o país, na oferta habitacional, tem dois por cento de habitação social, enquanto a média europeia se situa entre os dez e 12 por cento e em Viena, Áustria, atinge os 60 por cento.
Por isso, diz que é «o poder político que controla».

Preços «a galopar»
João Moniz notou ainda que, sem planos de habitação, os preços «disparam de forma incomportável» e considera que «não é com isenções fiscais (pa­ra apoiar a construção privada) que será resolvido o problema, tendo em conta a magnitude do problema».
Acrescenta ainda, criticando a política da maioria que governa a Câmara Municipal de Aveiro, que, «perante um problema concreto, o presidente Ribau Esteves continua a achar que é o mercado a dar resposta e a resposta são os preços a galopar».

Novembro 24, 2024 . 08:00

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