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Como vamos habitar em 2074?

Trabalhos de várias faculdades do país no MUDE - Museu do Design, em Lisboa, pretendem refletir como serão as habitações e seus materiais daqui a 50 anos

Escolas de Arquitetura e Engenharia, onde se inclui o Departamento de Engenharia Civil (DECivil) da Universidade de Aveiro (UA), repensam a habitação em período de crise e expõem propostas no Museu do Design - MUDE, em Lisboa, na exposição intitulada “Mais do que casas: Como vamos habitar em abril de 2074”.

A mostra, que se encontra patente ao público até 19 de janeiro 2025, resulta de uma parceria entre o MUDE e a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) e pretende dar a conhecer a investigação produzida pelos estudantes do ano letivo de 2023/2024 das Faculdades de Arquitetura, de Arquitetura Paisagista, Belas Artes e Engenharia em Portugal, onde se inclui o DECivil da UA.

«A exposição e todo o programa cultural associado contribuem para o tema do habitat e das novas exigências, com uma reflexão crítica e com propostas sobre os desafios contemporâneos da habitação e do espaço público, colocando em perspetiva a construção de uma sociedade intercultural e a promoção de uma cidadania global, tendo como referência a memória da experiência dos programas de habitação que ocorreram imediatamente após o 25 de Abril de 1974, nomeadamente o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL)», descreve a unidade museológica de Lisboa.

Segundo a academia aveirense, esta é uma exposição de arquitetura que «repensa as cidades», apresentando «propostas arquitetónicas que respondem à crise habitacional, elaboradas por alunos e professores de faculdades de arquitetura e engenharia de todo o país». Paralelamente, a mostra procura «soluções para fazer face não só à atual crise na habitação, mas também às mudanças climáticas e tecnológicas».

Nascida em dezembro de 1973, numa região onde imperava o “adobe”, a Universidade de Aveiro tem integrado as questões como «conforto, evolução de materiais e técnicas construtivas» no contexto de várias unidades curriculares, num momento em que a reabilitação e requalificação urbana «devem ser um ponto preponderante como solução para as problemáticas da habitação».

Perspetivar o futuro

Meio século após o 25 de Abril, nesta exposição «revisita-se o antes e o agora, perspetivando o depois», como garante a UA. Acrescentando que «o futuro reflete um olhar em continuidade com o passado. Partimos do antes. O caminho engloba uma mudança de exigências e da forma de construir. O conforto como noção central alia-se à sustentabilidade. Os materiais do futuro revertem do passado», a academia aveirense admite que as novas soluções são «aquelas que conjugam materiais, os seus impactos no conforto, na saúde, na sustentabilidade, na eficiência energética e na segurança garantindo sempre que possível a preservação do património edificado».

Sobre a exposição

A mostra “Mais do que casas: Como vamos habitar em abril de 2074” é uma organização de João Pedro Xavier, Teresa Calix, Clara Pimenta do Vale, Filipa de Castro Guerreiro, José Pedro Sousa, do conselho executivo da FAUP, e tem curadoria de Teresa Novais e Luís Tavares Pereira.

Na UA, o programa “Mais do que casas” tem a coordenação de Ana Velosa com o apoio de Miguel Morais, docentes do DECivil, e participação de Paulo Pereira com o seu trabalho de dissertação de mestrado. O design da instalação tem a autoria do professor Francisco Providência, do Departamento de Comunicação e Arte da UA. A preparação de materiais e montagem da obra esteve a cargo de Vítor Rodrigues e Ana Ribeiro, técnicos do Laboratório de Engenharia Civil.

Outubro 31, 2024 . 09:47

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