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«Evocar o passado ao mesmo tempo que se projeta o futuro»

O primeiro-ministro associou-se, na tarde de ontem, à inauguração da Fábrica da História - Arroz, criada após a reabilitação da antiga Hidro-Elétrica. É «um sonho» concretizado, assumiu o presidente da câmara

Foi com a pompa decorrente da presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, que foi ontem inaugurada a nova unidade museológica do concelho de Estarreja, a Fábrica da História - Arroz, criada após a reabilitação da antiga Hidro-Elétrica de Estarreja.
O chefe do Governo quis associar-se a «um dia especial para os estarrejenses», como assinalou o presidente da câmara, dando conta que a abertura oficial do espaço foi a concretização de «um sonho» local.
Para Diamantino Sabina, a Fábrica da História, instalada numa antiga fábrica de descasque de arroz, «é bem mais do que um museu», servindo para «preservar um pedaço da história» local, mas também para «potenciar a cultura do arroz», agora que o setor perdeu a pujança do passado - atualmente haverá apenas três orizicultores no concelho a produzir o cereal para comercializar e mais 15 que cultivam para consumo próprio.
A companhia fechou as portas na década de 1980 e o edifício foi-se deteriorando. A família de Carlos Marques Rodrigues, o fundador, contou o autarca, chegou a ser notificada para o recuperar ou demolir, uma vez que «estava em perigo de ruir». O imóvel acabou por ser cedido à autarquia, que o transformou no atual museu.
Anabela Amorim, da família do fundador da Hidro-Elétrica de Estarreja, saudou o projeto, que «transformou um destroço num belo edifício, respeitando a sua traça». Espera agora, disse na cerimónia, que o museu ajude à preservação das tradições do Baixo Vouga Lagunar.
A família, notou Luís Montenegro, «é credora da nossa gratidão» pela doação do edifício. Para o primeiro-ministro, o projeto simboliza o princípio de «evocar o passado, ao mes­mo tempo que se projeta o futuro», confiando que o novo museu contribua para «voltar a dinamizar» o setor da orizicultura e para «criar mais riqueza». A Fábrica da História, acrescentou, deve também ser aproveitada turisticamente, diversificando a oferta da região. «Temos muitas razões para acreditar no nosso país e este é um exemplo e uma inspiração», disse em Estarreja.

Quase dois milhões
A Hidro-Eléctrica de Estarreja funcionou de 1922 até ao final da década de 1980 e o seu edifício foi recuperado e adaptado ao abrigo de um investimento global de 1,7 milhões de euros, com uma comparticipação comunitária através do Portugal 2020 de 870 mil euros. A empreitada promovida pela Câmara de Estarreja insere-se na regeneração urbana daquela zona da cidade.
O circuito museológico, com recurso a novas tecnologias, procura o reencontro com as técnicas, os métodos e os saberes das atividades produtivas tradicionais do cultivo do arroz, potenciando a leitura e a interpretação da relação harmoniosa entre as atividades do homem e da natureza, descreve o município, que destacou Juliana Cunha para coordenadora do museu.

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