Quem não gosta de uma boa corrida de obstáculos? Quase toda a gente deve apreciar uma boa prova de perícia que seja um desafio que, quando concluído, dá aquele gostinho especial de superação. E já que todos vemos com bons olhos uma boa prova de superação, que tal acrescentar um bónus ao desafio: uma venda, por exemplo. Isso mesmo: um tiro no escuro. Não parece assim tão complicado, afinal, basta enfrentar as dificuldades, ainda que sem saber quais são elas ou quando surgem. Até porque, se algo estiver a correr mal, tira-se a venda. E se a experiência não estiver a agradar de todo, basta sair do “jogo”. Que o façam os maluquinhos que estiverem para aí virados.
Agora, coloquemos a questão de outra forma: e se aquela prova de obstáculos não for mais do que o dia-a-dia de alguém. O “pão nosso” de cada dia, para quem não tem possibilidade de optar por “tirar a venda”, ou sequer abandonar o jogo. Imagine, no limite, que este é o dia-a-dia de alguém que é invisual e que tem de viver, assumindo que o simples trajecto de casa para o trabalho e do trabalho de para casa é uma aventura em que há sempre algo a perder. Saúde, neste caso. O Diário de Aveiro aceitou o desafio lançado por Rosa Pinto, e acompanhou-a no caminho que faz diariamente com todas as dificuldades que vão dando sinal de vida no corpo da presidente do núcleo de de Aveiro da ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal.
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