Passaram 463 dias desde que, no Nepal, um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter matou cerca de 9.000 pessoas e deixou vários milhares sem casa. Pedro Queirós e Lourenço Macedo Santos tinham chegado a Katmandu, capital do país, na véspera e planeavam uma estadia breve. Sem conhecer nada nem ninguém, os dois portugueses foram apanhados no meio do caos e tiveram a atitude contrária ao que faria a maioria das pessoas: em vez de fugir, decidiram ficar. Optaram por ajudar, mesmo colocando as suas próprias vidas em causa. Do simples gesto de dar a mão à Humanidade que os rodeava nasceu, posteriormente, a “Associação Obrigado Portugal”, inspirada pela solidariedade que lhes chegou do nosso país e que lhes permitiu continuar a ajudar.
Volvidos estes 463 dias, os portugueses não esqueceram a causa nepalesa e, durante o mês de Julho, Aveiro tornou-se epicentro de uma onda solidária que, grande ou pequena, vai salvar vidas. O ciclo de concertos “Obrigado Portugal - Nós também somos Nepal” terminou na passada sexta-feira à noite e contou com a presença de Pedro Queirós, que partilhou com o público um pouco do que tem sido o seu dia-a-dia desde aquele 25 de Abril de 2015. E agradeceu. Disse “obrigado” a todos aqueles que contribuíram para que mais pessoas possam ser ajudadas.
Antes de deixar Aveiro, Pedro Queirós - que amanhã será recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - falou com o nosso jornal e explicou a importância que estes gestos solidários têm para a associação que fundou e que tem contribuído para dar um rumo a milhares de pessoas do outro lado do mundo. “Sinto uma grande emoção por ver que passou tanto tempo, mas as pessoas continuam a mexer-se para ajudar”, elogia, referindo-se à iniciativa promovida pelo Mercatu Smooth Bar e por vários artistas que se juntaram ao movimento.
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