Uma das imagens de marca de Sever do Vouga é a famosa ponte do Poço de Santiago. Ao olhar a forma imponente como ela se levanta sobre o Rio Vouga, os mais destemidos devem pensar no quão refrescante poderia ser utilizá-la para um “Salto”. Talvez por isso (certamente que não, sabemos), a FicaVouga traz, neste sábado, a banda nascida na cidade do Porto que não quer ver ninguém de pé no chão. Isso foi uma das coisas que, do outro lado do telefone, Luís Montenegro, um dos fundadores da banda nascida da cumplicidade de dois primos, partilhou connosco. De resto, o artista promete um concerto “totalmente novo” e que vai explorar o lado performativo da banda, que os seus membros tanto gostam. E a certeza que fica é que este não será um “Salto” no escuro. Pelo menos para aqueles que lerem esta entrevista.
Diário de Aveiro: Os “Salto” começam como uma banda familiar. Como nasceu o projecto musical?
Luís Montenegro: Eu e o Guilherme Tomé Ribeiro somos primos e crescemos juntos. O pai do Guilherme sempre teve guitarras em casa e nós íamos para lá, agarrávamos na guitarra e tocávamos. Depois fomos compondo umas músicas, até que um dia, o Miguel Araújo desafiou-nos para fazer uns concertos de abertura d’Os Azeitonas, numa altura em que ele ainda só tocava com a banda. Nós ficámos meio atrapalhados – porque aquilo que fazíamos era mais por brincadeira e diversão –, mas acabámos por aceitar. Foi assim que começou, no fundo, com um desafio de um amigo mais velho. Entretanto o projecto foi crescendo, fomos metendo mais gente na banda porque queríamos divertir-nos mais, e metemos mais gente ao barulho. E é uma alegria poder estar a tocar cada vez mais e as pessoas gostarem do nosso trabalho. É mesmo bom.
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