Mais de um ano depois dos dois sismos que abalaram o Nepal, a onda de destruição causada continua a preocupar os países situados abaixo do “tecto do mundo”. Toda a solidariedade é necessária e bem-vinda para os habitantes do país que tenta emergir de uma catástrofe natural, depois de anos assolado por uma destrutiva guerra civil. E, por mais pequeno que possa ser um gesto, se o intuito é ajudar, ele ganha dimensão. Foi isso mesmo que pensaram alguns aveirenses que vão conciliar o enriquecimento cultural das noites da cidade com um acto de solidariedade para com a população nepalesa. O conceito é simples e repete uma fórmula já utilizada em Dezembro, na altura com o objectivo de encaminhar a ajuda para um campo de refugiados na Croácia: concertos onde as pessoas são convidadas a doar o valor que entenderem.
Basicamente, a ideia passa por ter a música como chamariz para juntar público que, estando ali, se quiser, pode contribuir para uma causa nobre. Aqui, contrariando a sabedoria popular que insiste que “quem paga adiantado fica mal servido”, do outro lado do mundo, o pagamento veio de forma antecipada, em forma de sorrisos e um “obrigado” de quem sabe que, por muito pouco que seja a ajuda, ela significará sempre muito. É essa a tradução dos sorrisos impagáveis que acompanham estas linhas.
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