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Espanha/Eleições: Vitória do PP mantém tudo igual à espera de pacto para formar governo


Segunda, 27 de Junho de 2016
As eleições de domingo em Espanha deram a vitória aos conservadores do Partido Popular e mantiveram o bipartidarismo do sistema político, continuando a ser necessária uma coligação para permitir uma solução governativa, não alcançada após as eleições de Dezembro. Os partidos tradicionais do sistema político espanhol – (Partido Popular (PP) e Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) – conseguiram parar o movimento que parecia irreversível no sentido do aumento de votos dos novos partidos, a Unidos Podemos e partido de centro-direita Ciudadanos do centro). Ainda não é possível prever qual será a coligação que irá permitir uma solução governativa, que não foi possível construir na sequência das últimas eleições, em 20 de Dezembro último. O Partido Popular, de Mariano Rajoy, foi o mais votado nas eleições de domingo, com 137 deputados, mais 14 que nas legislativas de Dezembro, mas longe dos 176 mandatos que dão a maioria absoluta no congresso espanhol. No discurso de vitória, Mariano Rajoy reclamou o “direito a governar”. O PSOE, de Pedro Sanchez, ficou em segundo lugar, com 85 lugares, enquanto a aliança de esquerda Unidos Podemos, que as sondagens colocavam em segundo lugar, ficou em terceiro e elegeu 71 deputados, enquanto o partido de centro-direita Ciudadanos conseguiu 32 assentos. A nova esquerda Unidos Podemos (uma aliança de radicais de esquerda, comunistas, ecologistas e partidos regionais), saída do movimento dos Indignados, consolida-se como o terceiro partido espanhol (21,13%) mas é referida como uma das grandes derrotadas da noite eleitoral, ao não ultrapassar o PSOE, e com Pablo Iglesias, Podemos, a admitir que os resultados eleitorais não são satisfatórios e não cumprem as expectativas criadas. "Os resultados não foram os que esperávamos", disse. Apenas uma coligação do PP com o PSOE conseguirá reunir os lugares suficientes para que Espanha possa ter um governo de maioria, na sequência das eleições de domingo, em que os espanhóis foram chamados a escolher os 350 deputados e 208 senadores para tentar desbloquear o actual impasse político em que o país vive há seis meses. Depois das eleições de 20 de Dezembro de 2015, os partidos políticos foram incapazes de chegar a acordo para assumir as responsabilidades governativas. Tal como nas eleições de Dezembro, os partidos estão obrigados a fazer acordos para conseguir avançar para a investidura de um presidente do Governo e, à excepção de um hipotético acordo PP-PSOE, são necessárias pelo menos três forças políticas para tal. Mariano Rajoy “não só resistiu, como cresceu”, escreveu o analista Antoni Gutiérrez-Rubí, num artigo de opinião publicado na edição online do diário El País. Já o PSOE, apesar de eleger menos cinco deputados do que em Dezembro, “ganha várias batalhas perdendo”, observou. “A primeira (batalha) é a das expectativas e percepções. A ultrapassagem (pelas outras forças políticas) não aconteceu. (…) A segunda: ganha a prioridade na liderança das esquerdas e o primeiro movimento em qualquer possível diálogo progressista. A terceira: ganha tempo. Não está em condições de impor, mas sim de colocar condições no futuro”, escreve o analista, que refere ainda outras duas conquistas: a do "orgulho socialista” e “a batalha interna frente aos que invocavam o seu funeral político”. “O bipartidarismo resiste, a nova política vacila. O pacto é igual ou mais difícil do que o depois (das eleições) de 20 de Dezembro, com um eleitorado dividido. A formação do governo dependerá da capacidade do pacto do bipartidarismo. Quem sabe chegou o momento de um Presidente de consenso?”, resumiu Antoni Gutiérrez-Rubí.

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