Ano de 1940, uma Figueira da Foz “inundada” de refugiados polacos, franceses, belgas e outros. Uma refugiada entra numa alfaiataria e pede que lhe façam umas calças. O senhor que a atende, com dificuldade – era uma mulher - diz que não podia, «que não era adequado e que nem tinha onde ela pudesse fazer a prova» e ela, «começa a despir-se e a dizer que podia provar ali mesmo».
Era mesmo isto que Salazar temia. «O receio era a mistura entre os costumes e ideias dos locais e os refugiados», pois as mulheres «frequentavam esplanadas, fumavam em publico, usavam calças». Daí, «as limitações à permanência em Portugal, de 30 dias, por vezes prorrogados por mais 30, mas sempre com a vigilância da PIDE. A ideia era mantê-los em trânsito...».