Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Diário de Coimbra faz 91 anos


Segunda, 24 de Maio de 2021

O Diário de Coimbra assinala hoje 91 anos e está, agora, ainda mais forte do que há um ano. A história das pessoas e das instituições é feita de momentos de crise e de superação. Foi o que aconteceu com Adriano Viégas da Cunha Lucas (1883-1950), quando fundou o Diário de Coimbra e mais tarde teve a censura salazarista a impedir a sua publicação durante um ano. E com Adriano Mário da Cunha Lucas (1925-2011), que liderou o jornal durante 60 anos e não só teve de lidar com a perseguição do Estado Novo (com várias armadilhas para tentar ditar o seu fim), como com as tentativas de controlo comunista no pós-25 de Abril. É com profunda saudade que hoje recordamos ambos e que enaltecemos a sua resiliência, bem como a de todos os que trabalharam no Diário de Coimbra nestas nove décadas, em nome de um bem comum: uma Imprensa livre e independente que coloca os seus leitores no centro de todas as decisões.
O ano que passou foi de extrema dificuldade para todos. A pandemia tirou muitas vidas, causou danos na saúde física e mental que ainda não estão devidamente identificados e interrompeu um ciclo de crescimento em muitos sectores de actividade. A resposta que a Ciência nos deu, com uma celeridade que poucos acreditavam ser possível, permite-nos encarar o futuro com redobrado optimismo. A vacinação que está em ritmo acelerado, bem como os desenvolvimentos nos tratamentos dos infectados, são incentivos para
a retoma pessoal e profissional.
Quando, há um ano, celebrámos o 90.º aniversário do Diário de Coimbra apelámos aos nossos leitores e anunciantes para nos ajudarem a sobreviver. E a resposta que ambos nos deram foi incrível e só nos encoraja ainda mais para continuar nesta luta diária que é produzir o melhor jornal possível,
em prol de Coimbra e da Região.
Uma luta num país que adia, há anos, reformas estruturais como as da Justiça, da Administração Pública ou do Sistema Eleitoral que aprofundam as desigualdades entre todos, condicionam a sociedade civil e coarctam a iniciativa privada e empresarial que é essencial para que a economia cresça e o país se desenvolva. Desigualdades quer entre os mais poderosos e os mais fracos, quer entre funcionários públicos e trabalhadores de empresas privadas, quer, simplesmente, entre os que moram em Lisboa e Porto e o resto do país. Assim, o risco dos muitos milhões de euros provenientes de Bruxelas, anunciados para apoiar a retoma pós-pandemia, irem para os mesmos de sempre (e com os fracos resultados a que
estamos habituados) é enorme. Pouco ou nada tem sido feito na luta contra a corrupção. A burocracia e o centralismo do Estado, que se tem acentuado com a pandemia, prejudica todos e em particular os que estão fora dos centros de poder. O sistema político, numa lamentável estratégia de auto-preservação dos directórios dos principais partidos, recusa reformas eleitorais que adoptem círculos uninominais que permitiriam tornar os deputados eleitos mais directamente responsáveis perante quem os elege e com isso ampliar a democracia e resolver muitos dos nossos actuais problemas.
A Ciência respondeu à pandemia com uma eficácia assinalável, mas da Política não podemos, de todo, dizer o mesmo. O Estado e o Governo português continuam reféns da extrema-esquerda radical, contrária à integração europeia, à iniciativa privada e à economia de mercado, o que é um grave entrave ao desenvolvimento do País. Pelo contrário, temos visto vários países do leste europeu que há trinta anos estavam muito atrasados quando se libertaram da ditadura comunista, a adoptarem políticas económicas mais liberais e a ultrapassarem em termos de crescimento económico o nosso País que caminha para a cauda da Europa e continua estagnado praticamente desde há vinte anos. É crucial, a bem das gerações vindouras, que este estado de coisas se altere. Temos um País fantástico mas, muito por culpa da Política, não conseguimos progredir.
Neste último ano o mundo teve de se reinventar, reorganizar e preparar. O Diário de Coimbra também o fez, enfrentando muitas dificuldades, e por isso assumimos que estamos hoje mais fortes e mais capazes do que há um ano. Hoje, é o dia e o momento para agradecer a todos os leitores e anunciantes que continuam ao nosso lado, bem como a todos os que contribuem para que todos os dias o Diário de Coimbra cumpra a sua missão. É assim desde 24 de Maio de 1930.
O Diário de Coimbra é, desde a sua fundação, um “Jornal Republicano” e “Órgão Regionalista das Beiras”, como ostenta na primeira página. É um
diário independente, de orientação liberal, defensor da democracia pluralista, da livre iniciativa de mercado em sã concorrência, da Liberdade de Imprensa, da total independência da imprensa e dos órgãos de comunicação social, e das empresas em geral, face aos poderes políticos e aos poderes monopolistas. É assim há 91 anos e tudo faremos, a par com os nossos leitores e anunciantes, para nos mantermos, unidos, neste caminho de liberdade.

Bem hajam

Adriano Callé Lucas
João Luís Campos

Leia a notícia completa na edição em papel.

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