O Diário de Coimbra assinala hoje 91 anos recordando, com saudade, Adriano Viegas da Cunha Lucas (1883-1950), que fundou o Diário de Coimbra e mais tarde teve a censura salazarista a impedir a sua publicação durante um ano. E Adriano Mário da Cunha Lucas (1925-2011), que liderou o jornal durante 60 anos e não só teve de lidar com a perseguição do Estado Novo (com várias armadilhas para tentar ditar o seu fim), como com as tentativas de controlo comunista no pós-25 de Abril. Foi ainda fundador do Diário de Leiria, Diário de Aveiro e Diário de Viseu.
Em editorial hoje publicado, o Diário de Coimbra lamenta que se continuem a adiar, em Portugal, reformas estruturais como as da Justiça, da Administração Pública ou do Sistema Eleitoral que aprofundam as desigualdades entre todos, condicionam a sociedade civil e coarctam a iniciativa privada e empresarial que é essencial para que a economia cresça e o país se desenvolva.
"A ciência respondeu à pandemia com uma eficácia assinalável, mas da política não podemos, de todo, dizer o mesmo. O Estado e o Governo português continuam reféns da extrema-esquerda radical, contrária à integração europeia, à iniciativa privada e à economia de mercado, o que é um grave entrave ao desenvolvimento do País. Pelo contrário, temos visto vários países do leste europeu que há 30 anos estavam muito atrasados quando se libertaram da ditadura comunista, a adoptarem políticas económicas mais liberais e a ultrapassarem em termos de crescimento económico o nosso País, que caminha para a cauda da Europa e continua estagnado praticamente desde há 20 anos. É crucial, a bem das gerações vindouras, que este estado de coisas se altere. Temos um País fantástico mas, muito por culpa da política, não conseguimos progredir", refere, agradecendo ainda aos seus leitores e anunciantes pelo forte apoio dado ao jornal nestes 91 anos, especialmente neste último ano de pandemia.
