O programa do Comboio de Alta Velocidade (CAV) – em especial na sua incidência na região de Aveiro – foi apresentado e discutido num fórum promovido pela Plataforma Cidades. Felicito o arquitecto Pompílio Souto pela iniciativa e todas as entidades que se associaram. Na verdade, trata-se de uma questão estratégica que pode marcar o futuro da região para as próximas décadas, tal como a linha do Norte o determinou no século XIX, então, por directa influência de José Estêvão.
O Governo – através do secretário de Estado das Infra-estruturas, Sr. Eng. Jorge Delgado – disponibilizou-se para a apresentação, e o vice-presidente da IP, Sr. Eng. Carlos Fernandes, encarregou-se da mesma, com a proficiência que lhe é habitual.
Fiquei, porém, muito preocupado. Ao contrário do que a narrativa apresentada pelo Sr. Eng. Carlos Fernandes anuncia, Aveiro não vai ser uma “estação CAV”. Pelo contrário: Aveiro fica despromovido para um ramal da velha linha do Norte. Aveiro ficará entre Oiã e Canelas, não entre Lisboa e o Porto. Na nova linha CAV, entre o Porto e Lisboa, vão ficar apenas Coimbra e Leiria. Esta é que é a realidade do actual projecto. E esta é uma má realidade quer para Aveiro, quer para o próprio CAV.
Tudo isto é muito preocupante.