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Covid-19: Portugueses retidos no Brasil queixam-se de custos do voo TAP e criticam Governo


Sexta, 26 de Fevereiro de 2021

Portugueses à espera de um avião de regresso a Portugal queixam-se dos preços pedidos pela TAP no voo de repatriamento, marcado para sábado, e apontam críticas ao Governo, enquanto alguns procuram alternativas.
Jorge Costa, português, residente em Portugal, partiu há cerca de um ano para o Brasil "para tratar de assuntos pessoais" e foi apanhado pelo cancelamento de voos quando pretendia regressar.
A viver em casa de familiares, Costa recusou, porém, pagar os 890 euros por passagem pedidos a quem estava na lista para o voo de repatriamento de sábado.
A viagem que fez para o Brasil, há cerca de um ano, "foi programada em 2013 para acontecer em 2020", data em que a filha da mulher terminaria o ensino secundário no Brasil e poderia ingressar na universidade em Portugal, contou. “A minha esposa desfez-se de tudo, de casa, de carro", durante este ano, para se poder deslocar para Portugal com a filha.
Jorge Costa foi para ajudar e finalmente poderem viver os três em Viseu, onde reside. O que guardaram para Portugal está dentro de seis malas de 23 quilos cada. Tudo já pronto, porque era suposto viajarem, em Fevereiro, com as passagens compradas na companhia aérea Azul, "a preços razoáveis".
Como os voos para Portugal foram cancelados, Costa recorreu ao consulado em Brasília, cidade onde ainda se encontra com a família em casa de familiares, que o estão a ajudar.
No consulado, foi incluído nas listas para um eventual voo de repatriamento do Estado português. Mas, garantiu que já na altura foi aconselhado a arranjar rotas alternativas. "Porque já havia uma lista de 70 pessoas para o voo, que eram pessoas doentes e sem recursos", explicou. “Cidadão português residente em Portugal, seja rico, ou seja pobre, esteja em que Estado estiver, tem direito a entrar em Portugal e sem entraves, e ter de ir dar a volta ao mundo" para regressar ao seu país, defendeu.
As únicas alternativas que tem neste momento “são a Swissair e a Air France", salientou, “a preços mais baratos do que na TAP”.
Dias depois foi contactado pela TAP que lhe disse: "O senhor está aqui na lista de repatriamento e são 890 euros", recordou.
Nessa altura, Jorge Costa disse que se sentiu indignado. "O Estado português está a tapar os olhos aos portugueses a dizer que ajuda os seus concidadãos e não ajuda nada", afirmou na conversa por telefone com a Lusa.
"O Estado português está a querer ficar bem na fotografia, quando isto é um voo comercial, a ganhar dinheiro com os desesperos das pessoas", criticou. Por isso, "neguei", referiu.
E, quanto à TAP, questionou: "Porque é que está em crise, mas não faz nada para ganhar dinheiro?". "Porque é que não se podia transferir o valor da passagem comprada na Azul para a TAP?", perguntou. "Eu não quero um voo grátis, quero um voo a um preço justo", sublinhou. "Porque estão outras companhias a ganhar, em vez da TAP?", voltou a questionar, salientando que os próprios serviços consulares lhe sugeriram procurar outras alternativas.
"Então porque é que em vez de um voo comercial, não fazem dois ou três, a preço justo, e assim vai toda a gente, que provasse ser cidadão português?", concluiu.


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