A Câmara de Aveiro não arrisca qualquer data para o início da construção do “ferry-eléctrico”, para fazer as travessias do canal entre o Forte da Barra e S. Jacinto, adjudicada em Julho último ao consórcio Navaltagus-Navalrocha, num concurso impugnado pelos Estaleiros Navais de Peniche (ENP), que avançaram com uma providência cautelar e uma queixa ao Ministério Público alegando “um tratamento desigual das propostas” e um concurso “repleto de irregularidades e ilegalidades”.
“Quando é que vamos conseguir começar a construir o nosso ‘ferry-eléctrico’? Não sei”, perguntou e respondeu o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, na última reunião da Assembleia Municipal. O autarca lembra que “os juízes tinham 20 dias para decidir, mas já passaram seis ou sete vezes os 20 dias e o processo já mudou de tribunal, ainda por cima porque houve ali uma questão em relação à competência dos tribunais”. Perante o quadro, a construção permanece uma incógnita e a impugnação do concurso sem um fim à vista, agora com o concurso suspenso.
Pretende-se que a embarcação, de 5,5 milhões de euros, opere entre o Forte da Barra e São Jacinto, substituindo o actual “ferry” e tenha efeitos ambientais positivos. A nova embarcação terá zero emissões de CO2 enquanto o actual “ferry”, movido a diesel, emite 300 toneladas de CO2.