Os acontecimentos da passada segunda-feira na Torreira surpreenderam a Vianapesca - Cooperativa de Produtores de Peixe de Viana do Castelo, que ontem difundiu um comunicado relativo ao episódio junto ao Porto de Abrigo, entre pescadores, na sequência da interdição da apanha de berbigão e amêijoa-macha na zona RIAV1 , e que resultou no atropelamento de uma mulher. “Ficámos atónitos quando tivemos conhecimento que se desencadearam movimentos de protestos e ameaças de morte nas redes sociais contra a Vianapesca e a APARA, quando se empenharam de imediato a encontrar soluções”, segundo o comunicado.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) interditou a RIAV1 à apanha daquelas duas espécies de bivalves, devido à existência de toxinas, desencadeando um movimento de contestação e sucessivas iniciativas análises à água e bivalves no sentido de conseguir resultados negativos. Esta semana foram realizadas, pelo menos, duas recolhas de amostras, cujos resultados serão conhecidos amanhã. Uma da Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro (APARA) e IPMA e outra da Câmara da Murtosa e Universidade Católica.
Perante a interdição, a Vianapesca sugeriu à Secretaria de Estado das Pescas, “um despacho que permitisse os pescadores continuarem a pescar, pois todos eles tinham contratos de fornecimento, homologados pela Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), com empresas licenciadas, fiscalizadas, como “Depósitos de Bivalves”, autorizadas a vender às fábricas de conservas”.Na prática, os pescadores, sem possuírem licença para pescar na RIAV1, uma vez que exige a licença para a apanha em zona classificada como “C”, que não têm, poderiam fazê-lo, com o despacho da secretaria de Estado, mas vendendo os bivalves às indústrias conserveiras.
