Artur Figueiredo já fez de tudo um pouco no mundo da música. “Comecei por fazer ‘catering’, fiz produção, fui ‘tour manager’, tornei-me agente, liderei projectos, criei e geri um festival”, enumera. E agora chegou a hora de criar a Lazarus, uma empresa que, a partir de Aveiro, faz a representação de artistas locais e nacionais – Cuca Roseta, Tiago Bettencourt ou Moonshiners fazem parte da lista, entre vários outros.
A agência foi criada há meia-dúzia de semanas – em plena pandemia, portanto, com todos os riscos que comporta criar o que quer que seja nestes tempos de crise tão violenta no sector cultural. “Sim, há risco... Mas se este momento é oportuno ou não é indiferente. Às vezes escolhemos os momentos, outras vezes são os momentos que nos escolhem a nós”, diz ao Diário de Aveiro.
Este aveirense, de 42 anos, assume que gosta de enfrentar desafios difíceis. As dificuldades são o melhor combustível. “Considero-me um criativo e é nestas alturas, de crise profunda, que é necessário reflectir e reformular. Encontrar soluções, aprender e resolver. Fico entusiasmado com isto”, conta. Artur Figueiredo percebe a realidade actual com lucidez, mas esforça-se por não perder o optimismo. “Claro que este é um momento dramático para o sector e há muitas pessoas, muitas mesmo, para lá do limite da sobrevivência. As restantes estão no limite, mas as coisas vão melhorar e nós vamos melhorar também”.