Lúcia Lopes chegou a Aveiro às 6.30 horas da manhã para vender roupa de criança na Feira dos 28, mas o negócio não corre de feição. Está em pé, atrás da sua banca, pega numa camisola de gola alta, boa para os dias frios como o de ontem, e diz ao Diário de Aveiro: “Estas são a cinco euros. Consolava-me a vendê-las, mas hoje ainda não saiu nenhuma” – e já passa do meio da manhã.
Não é um dia perdido porque “é melhor estar na feira do que em casa” e o pouco dinheiro das vendas é sempre bem-vindo, especialmente nestes tempos de crise. Esta comerciante de Santa Maria da Feira passa a vida a saltar de feira em feira, mas os últimos tempos quase não dão para alimentar o negócio. “Ando há dois meses quase parada, não se está a vender quase nada. Não sei onde isto vai parar”, diz desgostosa. Cuecas e pijamas, à venda em bancas vizinhas, parecem ser os únicos artigos com saída, constata. “Mas não é só aqui. É nos Carvalhos, em Espinho...”. E é para Espinho, no Norte do distrito de Aveiro, que vai a seguir, para a feira de amanhã. “Vamos ver se corre melhor”, diz.