Entrevista O presidente do Novo Banco visitou Aveiro para ouvir empresários locais e assim preparar-se melhor para apresentar as soluções que de que a economia vai precisar
O presidente do Novo Banco iniciou por Aveiro, na última passada, um roteiro pelas várias regiões do país especialmente para se inteirar das preocupações e anseios dos empresários em tempos de pandemia. Este ciclo de encontros, que se deverá prolongar até ao início do próximo ano, ajudará a instituição a desenhar soluções que encaixem nas necessidades da economia, disse António Ramalho em entrevista ao Diário de Aveiro. No caso concreto de Aveiro, o responsável, que foi recentemente reconduzido para um novo mandato (até 2024) à frente do Conselho de Administração do Novo Banco, acredita na capacidade da região de ter sucesso na resposta à crise e no “novo mundo” que aí vem.
Diário de Aveiro: Que análise faz à situação económica actual?
António Ramalho: Estamos num período onde o confinamento sanitário e a crise sanitária trouxeram consequências diferentes das de outras crises. Foi, e é, uma crise de surpresa, assimétrica e de confiança e de mobilidade. Esses três componentes – não preparação das empresas e dos serviços, a assimetria e o que se retira da confiança e da mobilidade das pessoas e dos bens – trazem desafios que neste momento se estão a sentir. Estamos num período transitório, em que é preciso apoiar o emprego, e nesse sentido medidas como o “layoff” foram fundamentais para apoiar as empresas, assim como as moratórias. Foram também importantes as linhas COVID que entretanto foram lançadas para apoiar a tesouraria das empresas. Este triângulo – linhas, moratórias, “layoff” – permitiu de alguma maneira preservar a situação económica durante este período transitório. Outra conclusão é que temos de nos preparar para o pós – e o pós é um novo mundo que vai ter algumas diferenças em relação ao anterior. Vai ter níveis de proximidade diferentes, níveis de digitalização diferentes, níveis de desafio às empresas diferentes e níveis de disrupções também diferentes, porque alguma coisa ficará deste período de confinamento económico e sanitário.