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França alerta que o Líbano corre o risco de desaparecer


O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian Quinta, 27 de Agosto de 2020

A França reiterou hoje o seu apelo para que seja rápida a formação de um Governo e a adoçam de reformas "de emergência" no Líbano, alertando que o país corre o risco de desaparecer. “Hoje, o risco é do desaparecimento do Líbano. Portanto, é preciso que essas medidas sejam tomadas”, declarou o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, à rádio RTL.
O responsável pela diplomacia francesa destacou que essas reformas não poderão ser realizadas pela actual classe política, muito criticada pelo povo libanês. “Eles estão a fagocitar-se entre si para chegar a um consenso sobre a inacção. Isso já não é possível e dizemo-lo com firmeza”, afirmou Jean-Yves Le Drian. "O Presidente da República [Emmanuel Mácron] disse isso quando visitou o Líbano em 06 de Agosto e vai dizê-lo novamente quando estiver em Beirute na terça-feira," acrescentou o ministro.
O Presidente Emmanuel Macron visitou Beirute dois dias após a gigantesca explosão que devastou distritos inteiros da capital libanesa e deixou cerca de 180 mortos. "Todos sabem o que é preciso fazer, mas já não há Governo no Líbano no momento", continuou o diplomata.
O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, e sua equipa renunciaram perante críticas de negligência após a explosão no porto, a 04 de Agosto, de vários milhares de toneladas de nitrato de amónio.
Mais de duas semanas após a renúncia do Governo de Diab, o Presidente libanês, Michel Aoun, ainda não definiu a data para as consultas parlamentares com base nas quais um novo chefe de Governo deve ser nomeado. “É preciso refazer-se o Governo, tem de ser rápido porque é uma emergência, tanto a humanitária como de saúde (…)", insistiu o ministro francês dos Negócios Estrangeiros. “Este país está à beira do abismo. Há metade da população a viver abaixo da linha da pobreza, há uma juventude indefesa, há uma situação de desemprego que é terrível, uma inflação que é impressionante”, declarou Le Drian.
Isso requer a formação de um "governo de missão" que possa implementar rapidamente "reformas essenciais, porque de outra forma a comunidade internacional não estará lá" para ajudar, repetiu Jean-Yves Le Drian. “Não vamos assinar um cheque em branco para um Governo que não implemente as reformas” que todos sabem que são necessárias”, insistiu, citando em particular as dos serviços públicos e do sistema bancário.
Uma lista de reformas a serem realizadas foi elaborada por Paris e enviada aos líderes políticos libaneses antes da próxima visita de Macron, prevista para terça-feira, disse o palácio presidencial do Eliseu.


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