Foi há 102 anos que, entre salvas de morteiros e repiques de sinos, se dava início à construção da Avenida Central de Aveiro, hoje conhecida como Avenida Dr. Lourenço Peixinho. Uma obra que fez correr muita tinta, não só por se ter revelado um longo processo de construção mas também por ter levado à demolição de inúmeros edifícios e até à rectificação de um canal da Ria.
Durante muitos anos, esta artéria manteve-se sem pavimentos, iluminação condigna ou uma ocupação contínua, as árvores começaram a ser plantadas no princípio de 1928 e os bancos só chegaram cinco anos depois. Só em 1937 surge o primeiro passeio pavimentado, no lado onde havia mais edifícios, ainda assim tornava-se numa artéria privilegiada da cidade, com cafés, restaurantes, esplanadas e um cine-teatro. Nascia uma vida social, que nunca mais abrandou, na entretanto rebaptizada como Avenida Dr. Lourenço Peixinho, em homenagem àquele que foi presidente da Câmara Municipal durante 24 anos, Lourenço Simões Peixinho, e que muito impulsionou esta obra. Ontem, Aveiro assistiu ao virar de mais uma página da história desta artéria, com o arranque da sua requalificação completa. Uma obra que vai decorrer até Dezembro de 2021 e vai consumir perto de 4,3 milhões de euros.