Com a suspensão das romarias e festas de cariz religioso, de onde vem a maior parte do financiamento das bandas filarmónicas, estas estruturas culturais viram-se numa situação financeira insustentável. Se a isto adicionarmos a paragem das suas escolas de formação e dos seus concertos, e a incerteza dos apoios institucionais, pode mesmo dizer-se que algumas temem pelo seu futuro.
É esta a perspectiva de Vítor Silva, presidente da Direcção da Banda Quinta do Picado, uma estrutura que envolve 65 músicos, 97 alunos e um corpo docente de 17 professores. Ao Diário de Aveiro, este dirigente avançou que quando chegou a pandemia tinha uma carteira de quase meia centena de serviços previstos para este ano, sendo que perto de 40 já foram cancelados, “e não sabemos o que vai acontecer com os restantes”, reconhecendo que a situação financeira é péssima e que se sentem “atados nos pés e mãos”.